Pacientes, profissionais, voluntários e moradores das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) foram surpreendidos na tarde desta sexta-feira (5) com a construção de um muro impedindo o acesso da instituição ao campo de futebol do Sesi – terreno localizado ao lado do complexo da OSID, no Largo de Roma. O espaço, pertencente ao Sesi /Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), vem sendo pleiteado pelas Obras para a construção de uma Unidade de Quimioterapia e Radioterapia.

Nesse espaço, a OSID embala o velho sonho de oferecer a milhares de homens e mulheres um acesso mais digno e humanizado ao tratamento do câncer – chaga esta que já representa a segunda causa de morte no Brasil. A notícia da construção do muro mobilizou os osidianos, que no início da tarde de hoje se reuniram no local para manifestar pacificamente seu descontentamento. Muitos colaram fotos de pacientes e santinhos da beata no portão e fizeram uma corrente de orações com o Padre Antônio Maria.

 Histórico – Há mais de dez anos as Obras Sociais Irmã Dulce sonham com a doação do campo de futebol do Sesi para ampliação do atendimento à população. No dia 13 de novembro de 2012, médicos, profissionais, voluntários, moradores, alunos e pacientes da OSID marcharam do Santuário da Bem-aventurada em direção ao terreno, que foi ocupado de forma pacífica. Na ocasião da ocupação, foram plantadas medalhinhas de Irmã Dulce e deixadas uma imagem do ‘Anjo Bom’ no centro do campo de futebol.

 

Como parte também das negociações entre o governo do estado e a Fieb, no dia 04 de janeiro desse ano, em solenidade no gabinete da Governadoria, o governador Jaques Wagner assinou um decreto que declarou o campo como área de interesse público, iniciando o processo de desapropriação do terreno tendo em vista sua doação à OSID.

 Com início das obras programado para setembro deste ano e inauguração para junho de 2014, o projeto da OSID prevê um Centro de Oncologia de 1.600 m2 de área construída, que irá abrigar 10 consultórios, 18 leitos e modernos aparelhos para o tratamento do câncer. A instituição filantrópica já dispõe dos equipamentos para implantação do serviço – resultado de convênio firmado com o Ministério da Saúde. O governo do estado, por sua vez, também assumiu a construção do centro. Falta apenas o local para instalação da unidade.