Salvador

Lauro: oficina da ONU transforma jovens em agentes de desenvolvimento

Cinquenta jovens com idade entre 14 e 17 anos participaram do projeto, executado pela ONG CIPÓ-Comunicação Interativa
Depom , Lauro de Freitas | 07/12/2012 às 17:42
Cinquenta jovens com idade entre 14 e 17 anos participaram do projeto
Foto: João Raimundo
Transformação - foi a palavra mais enfatizada na apresentação da Mostra Sem Fronteiras, nesta quinta-feira (6), atividade de encerramento da segunda turma da Oficina Agentes de Comunicação para o Desenvolvimento, promovida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) como parte do Programa Conjunto da ONU Segurança com Cidadania. No amplo salão da Escola Municipal Dois de Julho, na Itinga, foi montada exposição das fotografias produzidas pelos alunos. No palco, o grupo apresentou uma rádio novela, vídeos depoimentos e hip hop criados por eles. O programa da ONU tem parceria do Ministério da Justiça e Prefeitura de Lauro de Freitas.

Cinquenta jovens com idade entre 14 e 17 anos participaram do projeto, executado pela ONG CIPÓ-Comunicação Interativa. “Esses três meses de convivência com a turma e com os instrutores mudou a minha vida, a vida de todos nós, para sempre. Aprendi muita coisa. Vou levar para onde for as mensagens que ouvia todos os dias”, revelou Ana Maria Santos, 13 anos. No palco, a desenvoltura com que presta seu depoimento em nada lembra a menina calada de três meses atrás, quando a oficina foi iniciada.

Esse é um dos resultados da atividade. Mãe de Joice, outra aluna da oficina, a dona de casa Eliana Santos Oliveira se emociona com a participação da filha. “Ela era muito tímida, nem acredito que é ela no palco”, fala sem tirar os olhos da jovem de 17 anos. Utilizando as linguagens de rádio e fotografia, a oficina trabalhou uma nova percepção da comunidade, da não violência e o conceito de coletivo. “Eles passaram a visualizar outras oportunidades. A oficina mostrou que há outros caminhos, que eles podem dar passos maiores. Agora estão munidos de um discurso e uma reflexão para atuarem inclusive na mediação de conflitos na comunidade”, informa Leandro Cunha, da Cipó.

A professora Elizabete Oliveira Costa, diretora da Escola Municipal Dois de Julho, é uma das mais entusiasmadas com os resultados da oficina. “Foi muito trabalhada a questão dos valores. Melhorou muito a comunicação deles e a relação com os professores em sala de aula. Isso foi muito bom”. Segundo ela, alguns dos jovens que participaram da oficina já estão empregados. “O curso ajudou na hora da entrevista”. Os alunos utilizaram os equipamentos de rádio da escola, adquiridos com recursos do programa Mais Educação, do governo federal. Em 2013, a turma vai colocar a rádio-escola em funcionamento.

Genilson Costa, educador referência do projeto, diz que o jovem de hoje busca utilizar os instrumentos de comunicação para mudar a realidade. Com a oficina vão poder colocar em evidência conteúdos da cultura de paz e temáticas sociais. A programação foi encerrada com outro exemplo de atuação responsável na transformação da comunidade: a apresentação da banda marcial Unisons, da Escola Municipal Solange Coelho, integrada por 40 jovens de 9 a 23 anos. Com um ano de criada todos leem partitura, já participaram de concurso e foram bem classificados. O maestro Antônio Roque diz que a música mantém os jovens afastados das drogas.  

Cinquenta jovens com idade entre 14 e 17 anos participaram do projeto, executado pela ONG CIPÓ-Comunicação Interativa. Financiado pelo Fundo para o Alcance dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, o Programa envolve as seis agências do Sistema ONU: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (UN-HABITAT) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).