O projeto de engenharia da Via Expressa Linha Viva foi concluído e apresentado pela Prefeitura de Salvador, em audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (26), no auditório da Biblioteca Pública do Estado, nos Barris. Durante o evento, a promotora Cristina Seixas recebeu cópia do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), para ser analisado pelo Ministério Público.
A Linha Viva é uma via estruturante, planejada como uma opção alternativa de tráfego para a Avenida Luis Viana Filho (Paralela), ligando o centro ao Complexo Viário 2 de Julho, próximo ao Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães. Pelos estudos, estima-se que a Linha Viva captará 40% do fluxo de veículos da Paralela.
Para percorrer os seus quase 17,7 quilômetros, o motorista levará aproximadamente 15 minutos. Serão três faixas de tráfego expresso em cada sentido, com capacidade de 2.200 veículos em cada faixa, por hora, além de dez conexões através de alças e rampas com as principais avenidas do entorno. Outras 20 travessias transversais, através de viadutos e passagens inferiores, serão construídas sem interligação direta com a via expressa.
O projeto foi elaborado pela TTC Engenharia de Tráfego e de Transporte Ltda, empresa vencedora da licitação promovida pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura (Setin) e Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop). Segundo Francisco Moreno Neto, especialista em transportes e trânsito e diretor técnico da TTC, os investimentos previstos serão de R$ 1,5 bilhão.
Apresentação do projeto
O projeto começou a ser desenvolvido em 2010 e, desde então, seguiu todo curso para seu desenvolvimento, desde os estudos preliminares, a licitação para contratação da empresa responsável, os levantamento e sondagens, até a elaboração técnica de engenharia. "A audiência foi o início de um processo para apresentação e discussão do projeto, composto de 22 volumes. Todo esse material mais o EIA, composto de mais quatro volumes, será disponibilizado para consulta pública e novas audiências poderão acontecer para discutir a proposta com a sociedade", explicou o secretário da Setin, José Luiz Santos Costa. "Será feito, ainda, o estudo econômico-financeiro para definir o modelo de concessão para, depois, iniciarmos o processo de licitação", completou.
A arquiteta Maria Elisa Costa, responsável pelos estudos iniciais da Linha Viva, destacou que mais de 80% da área do projeto coincide com a área de servidão do linhão da CHESF, onde, por questões de segurança, foi suprimida a vegetação de porte. "Foram estudadas alternativas locacionais para o traçado e escolhida a de menor impacto dentro dos objetivos pretendidos", disse.
Por acompanhar o linhão, em área altamente antropizada e com baixa densidade demográfica, a via carrega o diferencial de não interferir no cotidiano da cidade. Pelas características, será uma obra rápida e com baixo impacto ambiental, garantiram os técnicos.
O secretário Costa destacou que foram feitos levantamentos detalhados sobre o volume de desaproriação. "Somente após a definição do projeto final é que será possível dimensionar isso e estabelecer os procedimentos, cumprindo o rito jurídico para esta finalidade", disse Moreno Neto, da TTC.