Ao som de pagode, axé, forró dentre variados ritmos com letras gospel, cerca de um milhão de pessoas se reuniram na tarde e noite deste sábado, 21, na 14ª edição da Marcha Para Jesus, evento promovido por igrejas evangélicas em dezenas de capitais do País.
Com pessoas de faixas etárias variadas, a marcha saiu do Largo de Ondina em direção ao palco montado no Farol da Barra para apresentação de bandas e artistas do universo gospel.
Sem consumo de bebida alcoólica no circuito da festa, os participantes dançaram, pularam e vibraram "em nome de Jesus", dando à Avenida Oceânica ares parecidos com os festejos momescos.
Em cima dos trios elétricos, os pastores, em tom de descontração, guiaram o evento e passaram mensagens de incentivo aos fiéis, clamando-os a festejar para Jesus em clima de alegria.
Os protestos também tiveram seu espaço. "Do que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?", questionava, com uma faixa, a funcionária pública e cristã fervorosa Maria das Graças de Jesus. "É uma provocação que faço para todos que cobiçam apenas o dinheiro, o lucro em detrimento de seu caráter", explicou.
A cantora gospel Joy Lima levou seus dançarinos vestidos de militares, numa alusão ao "Exército de Jesus". Embaixo do monumento do Cristo, os jovens Samuel Rodrigues, 23 anos, e Lucas Sena, 22, assistiam ao evento. Os dois entraram há três meses para o grupo de fiéis da Igreja Assembleia de Deus, em Vila Canária, na região de São Rafael.
Lucas disse ter encontrado Cristo com a morte da mãe, Ilma Cristina, vítima de um câncer. "Ela era uma mulher muito crente e quando ela morreu resolvi aceitar Jesus", contou. Já Samuel, ex-dançarino de pagode, está estudando para o vestibular. "Gosto de seguir o que a Bíblia diz", resumiu.