Na avaliação do presidente da ONG Grupo Ecológico Amigos da Onça (GEAMO), Marcell Moraes, não há nada o que comemorar em Salvador neste 05 de junho (Dia Mundial do Meio Ambiente). "Antes que governo e prefeitura enxertem as redações dos canais de comunicação com divulgações medíocres, antecipo que o soteropolitano tem muito mais a lamentar nessa data tão importante", dispara.

               

Marcell, que também é dirigente do PV baiano, diz que um rápido passeio pela capital comprova esse pensamento. Ele questiona como pode-se comemorar o Dia do Meio Ambiente em uma cidade marcada pela poluição nas praias, em um lugar onde não há fiscalização aos postos de combustíveis e concessionárias que vivem a despejar resíduos tóxicos em locais inapropriados. O ativista lembra ainda das dunas abandonadas, sendo alvos fáceis para roubo de areia, a exemplo do bairro Costa Azul.

O ambientalista lembra ainda do Parque Metropolitano de Pituaçu, uma unidade de conservação que está totalmente invadida pela construção civil, como ocorre em quase toda cidade.

"Como podemos comemorar se a Bahia amarga o título de vice-campeã em desmatamento da Mata Atlântica? Comemorar o quê? Comemorar que temos a segunda maior baía do mundo, mas uma baía que está poluída e descuidada? Não dá", desabafa.

Ele finaliza dizendo que o governo realizará um evento de "engabelação" com a presença do governador neste dia 05 para assinar um decreto que fala sobre a regulamentação da Lei de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Segundo Marcell, é pura balela, pois a Bahia perdeu muito ao tirar do Conselho do Meio Ambiente o poder deliberativo.