Salvador

TEM INÍCIO NESTA SEXTA A TREZENA DE SANTO ANTONIO NO FAROL DA BARRA

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| 01/06/2012 às 05:59
Começa hoje dura 13 dias a trezena para Santo Antonio no Farol da Barra
Foto: DIV
   A tradicional trezena de Santo Antonio, começa nesta sexta-feira (dia 1) no Forte de Santo Antonio da Barra - Farol da Barra - a partir das 19 horas. O local é um dos mais antigos da Bahia e ponto de festejos ao santo, reunindo religiosidade e cultura. Durante 13 dias estão programados além liturgia da "Trezena de Antonio", cânticos, louvores, orações e apresentação de grupo musical.

   O destaque da programação é o primeiro dia e depois o décimo terceiro, com a presença de autoridades eclesiásticas e degustação de gastronomia junina. O evento, realizado pelo Museu Náutico da Bahia, resgata a antiga tradição dos faroleiros que habitaram o forte até o início da década de 1980. Todos os anos a Trezena de Santo Antonio, no Farol da Barra, elege um tema correlato às atividades e biografia do homenageado. Desta vez o tema será "A Expansão Marítima Portugusa".

   Durante a trezena os devotos ficam em sala de oração especialmente decorada para a cerimônia, onde encaminham seus agradecimentos e pedidos,por meio de orações e cânticos,  ao protetor da fortaleza. "Trata-se de um costume herdado herdado dos portugueses, trazido a partir da colonização", informa Reuben Bello Costa, administrador do Museu Náutico. A ambientação e decoração do altar estão a cargo do artista plástico luís tourinho e da museóloga rita Andrade.  

    A devoção é feita com a leitura das orações direcionadas ao santo, entoação dos cânticos em seu louvor, leitura de passagens da sua vida de pregação, e citação dos milagres por ele operados. ao final os participantes confraternizam  ao sabor da tradicional "merenda de Santo Antônio", fornecida pela empresa Servmais, apoiadora do evento. O SANTO Protetor dos pobres, no auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas, e amigo nas causas do coração. Assim é Santo Antônio de Pádua, frei franciscano português, que trocou o conforto de uma abastada família burguesa pela vida religiosa.

   Contam os livros que o santo nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195, e recebeu no batismo o nome de Fernando. Ele era o único herdeiro de Martinho, nobre pertencente ao clã dos Bulhões y Taveira de Azevedo.

   Sua infância foi tranqüila, sem maiores emoções, até que resolveu optar pelo hábito. A escolha recaiu sobre a ordem de Santo Agostinho. Os primeiros oito anos de vida do jovem frei, passados nas cidades de Lisboa e Coimbra.  Fernando preferia a solidão das bibliotecas e dos oratórios às discussões religiosas.

   Até encontrar um grupo de franciscanos que seguia para o Marrocos, na África, onde pretendia pregar a Palavra de Deus e viver entre os sarracenos. A experiência costumava ser trágica. E daquela vez não foi diferente. Como a maioria dos antecessores, nenhum dos religiosos retornou com vida. Depois de testemunhar a coragem dos jovens frades, Fernando decidiu entrar para a Ordem Franciscana e adotar o nome de Antônio, numa homenagem à Santo Antão.

  Disposto a se tornar um mártir, ele partiu para o Marrocos, mas logo após aportar no continente africano, Antônio contraiu uma febre, ficou tão doente que foi obrigado à voltar para a casa. Mais uma vez, o céu lhe reservava novas surpresas. Uma forte tempestade obrigou seu barco a aportar na Sicília, no sul da Itália. Aos poucos, recuperou a saúde e concebeu um novo plano: decidiu participar da assembléia geral da ordem em Assis, em 1221, e deste modo conheceu São Francisco (protetor das causas ecológicas) pessoalmente.

 O processo de canonização de frei Antônio encabeça a lista dos mais rápidos de toda a história. Foi aberto meses depois de sua morte, durante o pontificado de Papa Gregório IX, e durou menos de ano.                Santo Antônio foi eleito pelo povo o protetor dos pobres. Transformou-se num dos filhos mais amados da Igreja, um porto seguro a qual todos - sem exceção - podem recorrer. Uma das tradições mais antigas em sua homenagem é, justamente, a distribuição de pães aos necessitados e àqueles que desejam proteção em suas casas.

   O seu culto, que tem sido ao longo dos séculos objeto de grande devoção popular é difundido por todo o mundo através da missionação e miscigenado com outras culturas (nomeadamente Afro-Brasileiras e Indo-Portuguesas). De Lisboa ou de Pádua, é por excelência o Santo "milagreiro", "casamenteiro", do "responso" e do Menino Jesus. Padroeiro dos pobres é invocado também para o encontro de objetos perdidos.   DEVOÇÃO NO BRASIL  Santo Antônio chegou ao Brasil na devoção e fé dos primeiros navegadores que aqui aportaram, e no primeiro século do descobrimento foi eleito padroeiro de Salvador, pela proteção que provia contra as investidas dos inimigos que ameaçavam a Baía de Todos os Santos. 

   O defensor de Portugal também defendia as suas Colônias. Como protetor do Forte da Barra, Santo Antônio "impediu", na segunda tentativa de invasão, que os holandeses o tomassem, forçando-os a tentar entrar na cidade pelo lado de Santo Antônio Além do Carmo, onde foram definitivamente rechaçados. Em reconhecimento aos serviços prestados, foi assentado praça como Soldado no Forte da Barra, sendo promovido a Alferes, Capitão, Major e Tenente-Coronel, conforme decretos Reais.

  Os soldos eram pagos ao Síndico do Convento de São Francisco e somente com a República as suas patentes e soldo foram cassados. E pelas graças concedidas a esta Cidade do Salvador, a primeira fortificação militar do Brasil, seguindo a tradição dos antigos faroleiros que aqui residiram, mais uma vez abre suas portas para louvar seu anfitrião, Santo Antônio de Lisboa.