Aos gritos de "rodoviário voltou", os trabalhadores decidiram encerrar a greve de ônibus que já durava três dias, durante assembléia extraordinária, realizada na manhã deste sábado (26), no Sinergia. Os rodoviários aceitaram uma nova proposta patronal que além do reajuste de 7,5% no salário, ticket de R$11,2, e retorno do qüinqüênio, estabeleceu o parcelamento do desconto dos dias parados.

"Sem a pressão emocional da sexta-feira, quando a categoria deixou o Tribunal, após o julgamento do Dissídio, decidida a continuar o movimento, hoje foi possível fazer uma análise com mais tranqüilidade do resultado da campanha e concluir que houve ganhos", avalia o presidente Manoel Machado.

Segundo ele, o percentual conquistado cobre a inflação e proporciona mais de 2% de ganho real. "É até o momento o maior reajuste já fechado pela categoria rodoviária no país este ano. Importante considerar também que a luta não terminou aqui. Vamos continuar buscando avançar nesse acordo com os patrões".

Pesou também na decisão de retornar ao trabalho, a volta do qüinqüênio que era uma das principais reivindicações dos trabalhadores nesta Campanha Salarial. Segundo o diretor Hélio Ferreira, "a cada cinco anos trabalhados na mesma empresa, o rodoviário terá de volta 5% a mais sobre o salário. Com isso uma parte da categoria terá até 17,5% de reajuste". Essa foi uma das conquistas que a categoria havia perdido na campanha de 2006.

A assembléia extraordinária aconteceu dentro do processo de assembléia permanente convocada no começo da greve. No julgamento do Dissídio ontem (sexta-feira, dia 25), no Tribunal Regional do Trabalho, a desembargadora Graça Boness determinou ainda a validade de todas as conquistas anteriores, que incluem a Manutenção do plano de saúde.