A cidade do Salvdor amanheceu nesta quarta-feira, sem serviços dos ônibus coletivos. Os rodoviários deflagraram greve por tempo indeterminado depois de não conseguirem os reajustes almejados junto aos patrões e, mesmo com a determinação da Justiça para que 60% da frota seja mantida no horário de pico (período de maior movimento na capital - das 5h às 8h e das 17h às 20h) e 40% no horário de menor movimento, os ônibus não estão circulando.

   Alguns micro-ônibus do Transporte Complementar e veículos clandestinos estão circulando. Taxistas também aproveitam para pegar mais de um passageiro nos pontos de ônibus. E a quantidade de veículos particulares nas ruas aumentou bastante.

   O diretor de comunicação do sindicato da categoria, Ubirajara Sales, disse que a orientação do sindicato para os rodoviários é para obedecer a determinação judicial. "Orientamos os companheiros para isso (cumprir a decisão da Justiça), mas não podemos obrigar as pessoas a irem para a garagem", argumenta.

   O vice-presidente do sindicato, Euvaldo Alves, tem o mesmo discurso. "Fiz ronda nas garagens e os rodoviários não estão nem indo para a garagem. Nem estamos precisando impedir a saída de carros. Não temos como controlar que a determinação da justiça seja cumprida".

O segurança Saulo Rodrigues, 31 anos, tentou arriscar e foi para o ponto de ônibus da Avenida Bonocô às 6 horas e até as 7 horas não tinha passado nenhum ônibus. "Estou pensando em voltar para casa porque não tem ônibus"

Reivindicação - Os rodoviários querem a volta do pagamento do quinquênio e reajuste salarial calculado com base no índice de inflação medido pelo Dieese mais 3% de ganho real. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), que intermedia a negociação, o patronato não ofereceu contraproposta.