Depois da denúncia de corte de 128 das 230 árvores e perda de 10 mil metros quadrados dos 40 mil metros quadrados do Horto Florestal de Camaçari, para dar lugar a uma pista de veículos, a prefeitura recua mais uma vez e decide rever o projeto. A denúncia, feita pelo Camaçari Agora, ganhou repercussão nas redes sociais e em toda cidade, fortaleceu a corrente de técnicos da área ambiental do município que passou a ter mais influência na definição do projeto.
Segundo garantiu, nesta terça-feira (8/5), a coordenadora de Manutenção e Conservação de Áreas Verdes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Marinalva Cruz, não "haverá autorização" para corte de árvores, enquanto o projeto não for detalhado. A técnica diz que as constantes mudanças nas planilhas de supressão de vegetação apresentadas pela construtora Cowan, responsável pela obra de reurbanização do Rio Camaçari, mostram "insegurança". Lembra que a 1ª planilha apontava o corte de 128 árvores, seguido de outro documento com número ainda maior (131), já que incluía, além das 95 anunciadas pela empresa como avanço no projeto, mais de 30 espécies com menos de 2 metros de altura. Pela última proposta, os cortes de árvores caem para pouco mais de 50.
Apesar da garantia de que o projeto será revisto, a construtora continua trabalhando no trecho do horto. Árvores começam a ser derrubadas, conforme registros feitos segunda-feira (7/5), pelo Camaçari Agora. Para que os danos ao Horto, localizado na margem direita do rio sejam menores, a prefeitura começa a discutir a mudança do projeto com o corte na área do Clube Arsenal, localizado na margem esquerda do Camaçari. Sem árvores e fora dos limites do campo de futebol existente no clube, a área não representa perda significativa de patrimônio ambiental, avaliam técnicos da área de meio ambiente.
Texto: João Leite