Salvador

Trabalhadores da construção pesada retornam trabalho em várias obras

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| 18/04/2012 às 12:26
Na Arena Fonte Nova, volta ao trabalho depois de 6 dias parados
Foto: BJÁ

Os operários da Arena Fonte Nova, localizada no Dique do Tororó, em Salvador, decidiram, em assembleia realizada nesta quarta-feira (18), voltar ao trabalho após seis dias em greve.


Eles aceitaram reajuste 10,5% retroativo a março, cesta básica de R$ 230, hora-extra a 100% aos sábados, dias de greve abonados. A implantação de plano de saúde será discutida em 60 dias.


Oferta anterior de reajuste de 11%, cesta básica de R$ 220 e implantação do plano de saúde em 60 dias havia sido recusada. Os trabalhadores queriam uma negociação única para todas obras, o que não ocorreu.


"Nós refletimos que uma proposta do tamanho da que foi oferecida supera as referências salariais de todo país. Além disso, o desejo da sociedade é ter a Copa das Confederações de 2013 em Salvador. Se a greve avançasse, comprometeria o cronograma da obra, que está 57% concluída. Então foi um encontro de boa vontade de ambas as partes (trabalhadores e Consórcio), o que não acontece na mesa de negociação com o resto do patronato", diz Adalberto Galvão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav).

Os trabalhadores das outras obras da Construção Pesada do Estado continuam parados. Na noite desta terça (17) houve uma rodada de negociação entre representantes da categoria e do patronato na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), mas não houve acordo.

"Não houve avanço na negociação e nós orientamos a categoria a manter a greve. O patronato oferece 10% de reajuste e cesta básica de R$ 160, nós pedimos 10,5% de aumento, cesta básica de R$ 200 e hora-extra aos sábados de 85%", diz Galvão. A categoria aceita negociar o plano de saúde diretamente com cada empresa.

Além da Arena Fonte Nova, os trabalhadores também retomaram as atividades na Barragem de Mirorós, onde é construída uma adutora para captar água do rio São Francisco. "Com a seca e a previsão que só vai chover em outubro (no semiárido baiano), se a greve continuasse iria comprometer irremediavelmente a vida da população local. Então decidimos voltar ao trabalho hoje mesmo sem acordo".

(A Tarde)