Painéis com textos e fotografias, livros, quadrinhos, bonecos, jogos eletrônicos e muita história pra contar. Depois de passar por quatro capitais do nordeste e ocupar o piso G1 do Salvador Shopping, a mostra itinerante British Sci-Fi, promovida pela Cultura Inglesa, mudou-se para o Salvador Norte Shopping na última segunda-feira, com toda a história da Ficção Científica Britânica contada agora no piso L2 do novo espaço.
Até domingo (01/04), os visitantes podem conhecer detalhes sobre um dos gêneros artísticos mais influentes da cultura ocidental desde o século XIX, quando teve início com o livro Frankenstein, de Mary Shelley. "De quebra", quem passar por lá vai poder concorrer a um semestre de curso de inglês na Cultura Inglesa. Os interessados* devem responder a duas perguntas sobre o tema da exposição e cria uma frase-resposta para a questão: "Por quê é importante curtir a vida com cultura?". O sortudo (ou sortuda) será conhecido no dia 25/04, após o término da exposição. Podem participar maiores de 10 anos residentes em Salvador. Da Bahia a mostra segue para Brasília.
História
Falar de ficção científica e não citar Mary Shelley é um erro! A moça com apenas 16 anos produziu a famosa novela 'Frankenstein' e deu luz ao gênero tão aclamado até hoje. Tudo começou com uma brincadeira entre amigos no verão de 1816. Mary, seu marido, Lord Byron, John William Polidori e Claire Clairmont passavam a temporada em uma casa à beira do lago Léman, na Suíça e o passatempo desse time era criar histórias de terror. Dessa brincadeira nasceu não só 'Frankenstein', mas também o vampiro mais romantizado na versão de Polidori para Drácula. 'Eles comiam bastante antes de dormir para terem mais pesadelos à noite', revela o curador da British Sci-Fi Exhibition, Rogério Campos.
No século 20 a ficção científica alcança o ápice com produções como a dos britânicos Aldous Huxley [Brave New World - Admirável Mundo Novo] e George Orwell [1984], livros que estão entre as distopias mais poderosas do século. 'É o pensamento crítico da sociedade e do racionalismo que move a ficção científica britânica, de um jeito bem diferente da visão americana, que costuma ver com maior entusiasmo temas como as viagens no espaço', diz Rogério.
Logo, o gênero pulou da literatura para as outras artes. No cinema, o americano Stanley Kubrick reproduziu as obras de Arthur C. Clarke [2001: A Space Odyssey - 2001: Uma Odisséia no Espaço] e Anthony Burgess [A Clockwork Orange - Laranja Mecânica]. E no final dos anos 1960 a música também aderiu a influência, como na canção 'Space Oddity' de David Bowie e as batidas eletrônicas dos alemães Kraftwerk, que questionavam o conceito de homem e máquina.