Para garantir o conforto dos participantes em um dos mais importantes eventos religiosos da capital baiana, a Prefeitura de Salvador montou um esquema especial. Sob o comando da Empresa Salvador Turismo (Saltur), as ações tiveram início desde a semana passada, com uma reunião entre os órgãos municipais e a área de segurança do Estado.

  Todo o percurso foi fiscalizado por agentes da Defesa Civil de Salvador (Codesal). A Superintendência de Trânsito e Transporte (Transalvador) interditará o tráfego nas vias que fazem parte do cortejo, entre o Comércio e o Bonfim, a partir de 1h desta quinta-feira (12). Os agentes de trânsito orientarão os motoristas quanto às ruas liberadas e os locais para estacionamento. Já os veículos em serviço terão acesso mediante identificação.

  Na área de transporte, as linhas de ônibus que circulam pela região também terão o itinerário alterado. Para facilitar o deslocamento da população no período da Lavagem do Bonfim, o uso dos ascensores será gratuito durante todo o dia. Os planos inclinados do Pilar e da Liberdade-Calçada irão funcionar no período das 6h às 22 horas e o Elevador Lacerda funcionará ininterruptamente.

  Para a realização da festa, a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) atuará na quinta e sexta-feira (12 e 13), com o apoio de 415 agentes de limpeza, 16 compactadores, sete carros-pipa, três carretas-pipa e 183 sanitários químicos, sendo 59 masculinos, 120 femininos e quatro infantis. A operação prossegue entre este sábado e a próxima segunda-feira (14 a 16), com o apoio de 55 agentes, três compactadores, três carros-pipa e 16 sanitários químicos, sendo seis masculinos, nove femininos e um infantil.

            Já os agentes da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Prevenção à Violência (Sesp) começarão o trabalho de fiscalização do comércio informal à meia-noite da quinta-feira, onde será realizada uma ação de fiscalização preventiva. A intenção é evitar que ambulantes não licenciados comecem a se instalar indevidamente no logradouro público desde cedo. Ao todo, foram 89 barracas e seis quermesses foram montadas.

No restante do dia do evento, um efetivo de 80 agentes será distribuído pelo percurso, visando ordenar o comércio informal e coibir possíveis excessos e irregularidades praticadas pelos ambulantes. Foram disponibilizados 826 lotes para diversas atividades ao longo do percurso e os agentes já colocarão em prática a operação conjunta do Carnaval entre a Sesp e a Guarda Municipal, que contará ainda com a apoio da Polícia Militar e, caso necessário, a Polícia Civil. Durante o cortejo, a segurança dos fiéis será feita por 114 policiais civis e 2.206 militares.

            Na área da iluminação, oito projetores de 1 mil watts e 4 mil metros de gambiarra foram instalados nas ruas em que ocorre o festejo, a fim de oferecer uma iluminação eficiente para quem participa da Lavagem. Além disso, quatro postos de atendimento saúde foram montados no Comércio, Calçada, Mercado do Peixe e Alto da Colina Sagrada.

História

O culto a Senhor do Bonfim foi trazido para Salvador em 1740, pelo capitão de mar-e-guerra Teodósio Rodrigues de Faria, que em cumprimento a uma promessa trouxe a imagem do santo da cidade de Setúbal, em Portugal. No início, o santo era venerado numa capelinha na Igreja da Penha. Em 1745, a Igreja do Senhor do Bonfim começou a ser construída na Colina do Monte Serrat, batizada pelos baianos de Colina Sagrada. Nove anos depois, ela ficou pronta e a festa anual em louvor ao Senhor do Bonfim passou a acontecer no novo templo.

A Lavagem simboliza o sincretismo religioso de Salvador, mas, desde o século XVIII - três dias antes da missa do domingo de Bonfim e o segundo depois da Festa de Reis -, os romeiros se reuniam para lavar a igreja e prepará-la para a celebração. Para animar a arrumação, eles traziam grupos de samba de roda e carroças enfeitadas. Pouco a pouco, os escravos viram na festa católica um meio de louvar a Oxalá, o maior de todos os orixás. O evento atrai todos os cerca de um milhão de pessoas, entre devotos, moradores e turistas.