Uma greve de coveiros do Cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa do Fiscal, em Salvador, tem obrigado os moradores a enterrar entes queridos mediante agendamento e senha. De acordo com Edson Araújo, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia (Sindilimp), o cemitério, único da cidade administrado pelo governo do Estado, realiza diarimente dez enterros gratuitos, mas, com a paralisação, são feitos apenas de dois a três.

"Hoje só está realizando enterro com agendamento, com senha. Não tem como eles realizarem com os coveiros em greve".

Nesta quarta-feira, um coveiro que não quis se identificar disse que a categoria voltaria a trabalhar hoje. A informação foi negada por Araújo. "A empresa (White Limp Empreendimentos e Serviços de Manutenção, terceirizada responsável pelos trabalhadores) continua sem pagar o salário. São três meses atrasados. Nem o Estado nem a empresa mantiveram contato com a direção do sindicato, então a greve continua. Eles (os coveiros) não têm como trabalhar sem receber", justifica.

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) diz que a direção da empresa terceirizada garantiu que pagou um salário atrasado nesta terça-feira e faria o depósito do outro, único que ainda estaria pendente, conforme a firma, na sexta-feira. Com isso, a Sesab alega que os coveiros voltaram ao serviço ainda ontem.

No total, 12 coveiros trabalham no cemitério, sendo quatro contratados pelo Estado e oito terceirizados