O artista plástico e escritor Mestre Didi (Deoscóredes Maximiliano dos Santos), completou 94 anos no dia 2 de dezembro e sua vida e obra serão celebradas no próximo dia 17 (sábado), às 17 horas, com reinauguração da sede Communitatis Mundi / SECNEB Sociedade de Estudos das Culturas e das Diversidades Culturais, na Travessa Bartolomeu de Gusmão, 13, Rio Vermelho.

   A instituição é coordenada pela antropóloga Juana Elbein dos Santos, que conheceu Mestre Didi ao vir à Bahia desenvolver uma pesquisa. Há 46 anos são companheiros. Viajaram para a África em 1956, para desenvolver estudos. "Quando voltamos a Salvador, não encontramos aqui uma instituição que cobrisse nossas aspirações", ela relata, destacando que, diante da constatação, Mestre Didi idealizou a fundação da SECNEB.   

A reinauguração da sede da sociedade dá continuidade à obra do intelectual, sacerdote, transmissor cultural, recriador lúdico de uma arte mítica de estética contemporânea, Doutor Honoris Causa, entre vários títulos e condecorações. "Mestre Didi é uma marca vitoriosa, tanto na parte material quanto espiritual", considera o ator Dody Só, que será mestre de cerimônia do evento de abertura. Ele enxerga o espaço como "da cultura brasileira, um equipamento para abrigar a discussão sobre o pensamento".

A sede da SECNEB funciona em uma área com 120 metros quadrados, que passa a contar com biblioteca, duas salas, centro de estudos e uma cafeteria. "Será um centro para pesquisadores, professores, criadores", define a coordenadora.  

Programação

No início da programação, a professora Eulampia Reiber traça Breve Histórico da SECNEB: Gestão de Inovação. Em seguida, o tema Récitas à Ancestralidade, Emergência do Universo Cultural será debatido com a participação de Welington Mendes, Genaldo Novaes, Paulo Santana, Sociedade Religiosa e Cultural Ilê Asipá. Após as discussões, acontece uma performance de Inaicyra Falcão dos Santos, filha de Mestre Didi e professora doutora e pesquisadora das tradições africano-brasileiras, na educação e nas artes performáticas no Departamento de Artes Corporais da Unicamp.

Inaicyra, que também é cantora lírica, celebra o aniversário do pai interpretando uma composição dele, Loni ojó Odun, em Yorubá arcaico. "A importância da reinauguração deste espaço é para a cultura. Conheço tudo isso, desde que nasci, e cada vez que se incrementa algo relacionado à questão africana, se chama atenção para uma cultura que também atua fora do ambiente fechado do terreiro", analisa. O encerramento da noite será com relançamento do livro Criatividade Âmago das Diversidades Culturais - A Estética do Sagrado, com exposições e reflexões de especialistas nacionais e internacionais que participaram do seminário homônimo em Salvador, em 2008.