Com diversos debates sobre a realização de megaeventos esportivos mundiais, foi realizado nesta quarta-feira o primeiro dia do Workshop Salvador-Barcelona, que aconteceu no Hotel Mercure, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. O evento uniu especialistas brasileiros e espanhois com o objetivo de proporcionar a troca de experiências entre uma cidade que se tornou um verdadeiro case de sucesso a partir da Olimpíada de 1992 e uma cidade que pretende garantir legados das competições esportivas que acontecerão no Brasil nos próximos 5 anos.
O Seminário para Transferência de Conhecimento no Âmbito da Organização de Megaeventos Esportivos Mundiais foi aberto pelo assessor de Relações Internacionais da Prefeitura de Salvador e gestor do Escritório Municipal da Copa (ECOPA), Leonel Leal, que enfatizou que a experiência de Barcelona pode contribuir para um planejamento de excelência para Salvador na Copa do Mundo, garantindo legados para a cidade. "Precisamos conduzir estes eventos de forma a oportunizar à nossa cidade um aumento significativo de qualidade turística, social e econômica, promovendo a popularização do esporte e melhores condições de vida para a população", afirmou Leal.
A primeira especialista espanhola a falar foi Carmen San Miguel, diretora da divisão de planejamento e controle do Comitê Executivo Olímpico Barcelona 92 e diretora da Equipe 92. Carmen contou um pouco da experiência de Barcelona na realização das Olimpíadas, as dificuldades e estratégias para lidar com um evento de grande complexidade. Segundo ela, foi um planejamento de 6 anos para uma execução de 6 dias com 40 mil pessoas envolvidas na organização. As recompensas vieram não somente em euros, mas em número de turistas e na posição que Barcelona galgou no cenário mundial, tendo aproveitado ao máximo a oportunidade que tivera.
Outro grande nome espanhol presente no evento foi Enric Truñó Lagares, conselheiro dos esportes de Barcelona de 1981 a 1995 e membro do Comitê Executivo Olímpico Barcelona 92, que falou sobre a construção de legados a partir de um megaevento. Segundo Enric, a experiência impulsionou não só o crescimento da cidade, mas de todo o país. "Entre 1987 e 1992, conseguimos aumentar em 28% o número de empregos na região metropolitana, melhoramos o diálogo entre as instituições públicas e privadas, modernizamos a cidade e obtivemos mais de 90% de aceitação da população de Barcelona", concluiu Lagares.
O último painel do seminário contemplou o tema Estratégias para o turismo, com apresentações de Xavier Civit, funcionário do Corpo superior da Administração do Governo da Cataluña, e de George Barreto, diretor de turismo da Empresa Salvador Turismo (SALTUR). Considerado um dos principais vetores de investimento para Salvador e para a Bahia, o segmento é um dos que mais podem se beneficiar com a Copa do Mundo. "Após 10 anos da realização das Olimpíadas de Barcelona, a Espanha passou de 4 milhões de turistas por ano para 40 milhões. Isso mostra que foi realizado um planejamento e execução cuidadosos do destino turístico, voltado para o incremento de fluxo e de receita turística para a cidade, aumentando emprego e renda de sua população. É um grande exemplo a ser seguido", disse Barreto.