Salvador

VEREADORES PROPÕEM CEMITÉRIOS VERTICAIS PARA SALVADOR

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| 25/10/2011 às 20:23

No que depender dos vereadores Orlando Palhinha e Laudelino Lau (ambos PP) a ideia de não ter onde cair morto será coisa do passado. Até porque os mortos não ficarão caídos, mas empilhados. Não é brincadeira não. Palhinha propôs (e Lau endossou) a construção do primeiro Cemitério Vertical Público de Salvador.

Em verdade, o projeto é bem vindo, diante da triste realidade da capital baiana, com um crescente índice de mortes, seja por doenças, aumento populacional ou mesmo a criminalidade fora de controle. As chamadas necrópoles são edificações com sistemas de tratamento especial para os fluidos (necrochorume) e gases resultantes do processo de decomposição.


A ideia foi posta em debate durante audiência pública realizada nesta terça-feira (25), no auditório do Bahia Center, no anexo da Câmara Municipal. Segundo Palhinha, "inicialmente, a proposta é construir um cemitério em uma área que atenda às necessidades do Município; devido aos homicídios e o crescimento desordenado da cidade a população tem dificuldade em conseguir vagas nos cemitérios".


Ele apresentou quatro modelos de cemitérios já implantados nas regiões Sul e Sudeste, com dois ou mais andares, onde os sepultamentos são realizados em lóculos (cavidades para o deposito da urna funerária em posição horizontal).

Presente à reunião, o representante da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp),  Charles Lleahy, garante ser a cremação o processo mais higiênico e ambientalmente correto, mas a questão cultural leva as pessoas a sentirem necessidade de sepultar seus parentes.


Augusto Pires Braz, coordenador municipal de cemitérios, aponta a existência de seis cemitérios públicos na cidade, localizados em Brotas, Itapuã, Paripe, Periperi, Plataforma e Pirajá. Na média, eles recebem entre 84 a 94 enterros por semana.

Lêda Pereira, diretora social da ONG Agência Baiana de Desenvolvimento Social, auxilia moradores do subúrbio nos casos de sepultamento. Ela disse ser constrangedor e doloroso para a família não poder enterrar um ente querido: "Há 30 anos não se amplia e nem se cria cemitérios novos em Salvador".