Terminou no início da tarde desta sexta-feira (21) a rebelião do Conjunto Penal de Serrinha, localizado no interior do Estado da Bahia a 173 km da capital. Os 126 detentos da ALA C iniciaram o movimento ontem por volta das 13 horas impondo suas próprias transferências do presídio de segurança máxima para Salvador, justificando a "linha dura" da detenção.
O motim liderado pela facção criminosa denominada "Belo" chegou ao fim às 15h30 com a entrada do Batalhão de Choque, comandado pelo Tenente-Coronel Pedro Jorge Fonseca e pelo Major Marco Aurélio, da Companhia Independente de Policiamento Especializado Litoral Norte. Durante a tomada do pavilhão as tropas tiveram que usar da força física para neutralizar toda a resistência.
De acordo com o Major Júlio César da Superintendência de Gestão Prisional, da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), apesar da exaustiva tentativa de diálogo feita pelo tenente Revendo, do Batalhão de Choque, os detentos não deixaram nenhuma margem para uma negociação e exigiam o impossível, ou seja, serem todos transferidos do Conjunto Penal de Serrinha.
Acontece que, "os 126 apenados são do provimento do Conjunto Penal de Serrinha e por decisão judicial não podem ser transferidos para outros presídios", explicou o major, em razão de não se puder atender ao pleito dos apenados para não descumprir decisão judicial.
Por não terem sua demanda atendida os amotinados começaram a atear fogo nos colchões e destruir as carceragens no final da manhã de hoje. Enquanto exigiam o atendimento da reivindicação os detentos enforcaram um dos presos que não resistiu, e veio a óbito no próprio local.
Ainda de acordo com o major Júlio César, optou-se por fazer uma abordagem de emergência para evitar mais mortes e destruição, tendo em vista a intransigência dos amotinados.
A ação foi executada com exito, levando ao final do motim. Com o fim da rebelião os detentos foram transferidos para os outros dois pavilhões, em decorrência da destruição quase que total da ala em que se encontravam.
A operação foi coordenada pelo Major Júlio César, da Superintendência de Gestão Prisional da SEAP e pelo Coronel Hélio Alves Gondim da Polícia Militar da Bahia.
Muitas autoridades também estiveram presentes durante a negociação, entre elas: a Juíza de Direito da Comarca de Serrinha, Dra. Mª Angélica Carneiro; a Promotora de Justiça, Dra. Núbia Rolim dos Santos; a Defensora Pública, Dra. Helaine Moura de Almeida; o Delegado de Serrinha, Daniel Fiúsa Tuhi, e pela Delegada de Arací, Dra. Ana Carina Sampaio.