Salvador

POLICIAL BALEADO E PRESO QUEIMADO EM REBELIÃO NO PRESÍDIO DE FEIRA

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| 23/09/2011 às 12:38
Detento Edmilson de Jesus teve o corpo queimado na rebelião
Foto: Acorda Cidade

Ney Silva e Andréa Trindade

  Um policial baleado e ferido com golpes de chuço (arma artesanal feita com pedaços de ferro), um detento  gravemente queimado, e várias celas danificadas. Este foi o saldo da rebelião ocorrida da manhã desta sexta-feira (23), no Complexo Policial Investigador Bandeira.

Os presos queimaram colchões e chamavam a atenção batendo fortemente nas paredes da área onde ficam as celas.   

A rebelião iniciou-se por volta das 9h30min depois que o policial e chefe da carceragem, Marivaldo Novais foi baleado nas nádegas por um detento. Segundo informações de policiais de plantão, ele teve que sair às pressas.   

A partir deste momento todas as pessoas que estavam no prédio tiveram que evacuar, incluindo os repórteres que estavam na Sala de Imprensa Erivaldo Cerqueira. Para evitar o acesso de veículos, a área do complexo foi bloqueada com cones de sinalização.  

Viaturas e policiais da 67ª Companhia Independente da Polícia Militar, comandados pelo major Gilvan, foram para o complexo com o objetivo de reforçar o policiamento. Como os presos rebelados queimaram colchões e objetos das celas, equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram acionadas.   

O detento Edmilson Silva Jesus, que está preso por tráfico de drogas, teve queimaduras de segundo grau nos baços e nas pernas. "Eu estava deitado e só vi o barulho. Fui queimado pelo calor das chamas", disse alegando que nenhum detento teve intenção de matá-lo.     O sargento Benilton, do Corpo de Bombeiros, informou que o fogo foi controlado por volta das 11h. Ele confirmou que os presos atearam fogo em colchões e que celas foram danificadas. O trabalho da equipe foi realizar uma operação de rescaldo para evitar novos de incêndio.   O diretor do Conjunto Penal de Feira de Santana, Edmundo Memeri Dumet, esteve no complexo policial e se reuniu com delegados depois ficou acertado que 40 detentos serão transferidos para o Conjunto Penal. Segundo o diretor, o presídio também enfrenta problemas com superlotação. Com capacidade para 340 presos, tem 770. Mesmo assim, ele garantiu que iria dar esse apoio fazendo as transferências.   

A situação do complexo policial é grave. (Acorda Cidad 

Com capacidade para 44 detentos, conta atualmente com 130 homens. No final da manhã uma equipe de promotores de justiça com atribuições na área criminal foi até o complexo e se reuniu com delegados para buscar informações sobre as razões do motim.   O delegado Laércio Santos disse que a polícia está abrindo um inquérito para investigar as causas da rebelião e saber como os presos tiveram acesso a arma. Alguns presos prestarão depoimentos.