LAURO DE FREITAS/BA -  Implantado há seis anos em Lauro de Freitas, o Programa Escola Aberta (PEA) comemora importante contribuição para a mudança da perspectiva de vida de jovens em situação de vulnerabilidade social no município. Neste sábado (17), o relato de alunos destacava a vontade de mudar de vida, de ingressar em uma faculdade ou fazer carreira no esporte, como resultado da vivência no programa.

Harrison Willian Santos, 16 anos, disse emocionado que pretende seguir carreira no boxe. "Moro em Itinga, perto de um campo que é conhecido como "campo da maconha", então não é fácil. Vivia nas ruas, brigando e com a mente vazia. Há três anos mudei essa realidade porque encontrei o boxe. Quero fazer carreira e me tornar um campeão", afirma.

No núcleo da Escola Vovó Ciça, nos sábados, 150 crianças praticam boxe, futsal capoeira, futebol, além das aulas de reforço escolar. De acordo com Elias Roberto Santos, professor de boxe, o programa para alguns jovens é o único momento de lazer. "Já recebi muitos alunos hostis, mas o esporte vem melhorando o comportamento de cada um deles", diz Elias.

Sirlene Lisboa, coordenadora cultural do Programa, e Sandra Maria Barbosa, coordenadora pedagógica, destacaram as conquistas do PEA nesses anos. De acordo com as coordenadoras, além de estimular a valorização do outro, o Escola Aberta trabalha em parceria com programas como o Segundo Tempo, Peti e Mais Educação. "As atividades interdisciplinares contribuem para melhorar o rendimento escolar. Observamos isso no último resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado em 2009, em que Lauro de Freitas saiu de 3,1 para 4,5".

As mães também comemoraram a data na Escola Jacira Fernandes Mendes, Itinga, com a palestra da pesquisadora da Universidade Federal da Bahia, Jamile Castanho. Anemia Falciforme foi o assunto abordado pela pesquisadora, que tirou dúvidas das mães e deu dicas sobre o tratamento da doença. Nesta escola foram diagnosticadas três crianças com a doença e as famílias solicitaram informações sobre as causas da doença.

Em Portão, a dança fez parte da programação. Os alunos deram um show para os professores e familiares. Remerson Araújo, que é oficineiro de dança da Escola Pedro Paranhos desde 2005, disse que o comportamento dos alunos era agressivo. Seis anos depois essas mesmas pessoas têm a consciência de ser cidadão, de valorizar e respeitar o próximo. Também em Portão, na Escola Constantino Vieira, o PE­­­A proporcionou o dia de beleza para a comunidade com limpeza facial, tranças, escova e manicure.  

Jogos de mesa, brincadeiras e competições de saltos no pula-pula envolveram as crianças durante toda a manhã. No período da tarde, os jovens participaram de jogos de futsal, totó e xadrez. O público do programa também pôde participar de aulas de dança, além de serviços do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e do Balcão de Justiça distribuídos nos 26 núcleos. Em parceria com o Governo Federal, o programa Escola Aberta de Lauro de Freitas recebe, por semana, cerca de 10 mil pessoas das comunidades no entorno de 26 escolas da rede municipal.