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Luiz Mott e o pioneirismo do GGB
Foto: ibahia
A 10 ª Parada Gay da Bahia levou o colorido e a diversidade prometidos às ruas do Campo Grande, na capital. Com o tema "Ser gay não é estranho. Estranho é ser homofóbico", milhares de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e simpatizantes protestaram com alegria e irreverência - sob o sol quente deste domingo.
Pelas ruas, que facilmente se confundiam com a agitação do período carnavalesco, o público não só apreciava, mas se exibia - sem nem correr o risco de passar despercebido. "Trago o luxo pras ruas da parada. Sou transformista desde que nasci, vivo pra isso" diz a Drag Queen Yarley Schnider, de 42 anos. Também por perto, a quase boneca de cera "Ludmila Stryker" fazia seus enormes cilhos disputarem com o look brilhoso da coelga. "Faço cover da Britney Spears. Me visto assim porque gosto, sou extravagante também no dia a dia. Mas na parada posso me mostrar, encontrar os amigos, me divertir. Frequento há 5 anos e pretendo vir sempre", declara ela, que abominou sua versão 'ele' até da identidade. "Sou Ludmila, Ludmila Stryker e só". ratifica.
Em cima do trio ofiial da GGB (Grupo Gay da Bahia) os ícones do protesto também faziam parte da festa. Luis Mott, fundador do grupo, literalmente levantava a bandeira da causa, enquanto admirava a dimensão do carnaval em forma de protesto "Esses quase um milhão de pessoas fala por sí só. A Bahia ainda tem um longo caminho a percorrer, precisamos oferecer preservativos nas saunas e boates gays, entre outras providências que precisam estar nas atas dos parlamentares que nos representam", declara. Não menos orgulhoso e também em cima do trio, Jean Wyllys - ícone baiano na causa, comenta a diferença do público gay baiano para o público gay do resto do país
. "O GGB foi o primeiro grupo oficialmente criado pela causa. A Bahia vive uma dicotomia, já que é ao mesmo tempo pioneira na luta contra a homofobia, e o estado com maior índice de violência contra os homossexuais". Sobre a direta associação de sua postura no parlamento com a causa, Jean se orgulha, mas pondera. "Defendo sim a causa e essa é minha principal bandeira. Não quero usar disso para me reeleger, o que realmente quero é que esse legado fique para os próximos candidatos".