No retorno à Lapinha, os carros emblemáticos que carregam as imagens do caboclo e da cabocla, que são puxados pelo batalhão do Quebra Ferro, voltam carregados de pedidos, orações, oferendas, flores e presentes. É que as imagens - uma representação dos homens e das mulheres baianas do povo que lutaram bravamente contra a dominação portuguesa -, provocam curiosidade e até mesmo veneração. As crendices populares em torno das imagens é tão forte que muitas pessoas colocam bilhetes com pedidos nos carros, fazem orações tocando com as mãos as imagens, acreditando na realização dos pedidos feitos ao pé do caboclo.
Esculpido por Manoel Inácio da Costa, o caboclo representa os índios e mestiços baianos que lutaram pela independência da Bahia contra as tropas portuguesas, derrotadas no 2 de Julho de 1823. Somente em 1840 ou 1849 (há controvérsias quanto à data precisa), é que surgiu a imagem da cabocla, representando a índia Catarina Paraguassu e a figura feminina nas lutas pela independência.
Já as rodas dianteiras do carro que conduz a imagem do caboclo são as mesmas de uma das carretas que carregavam os canhões utilizados pelos brasileiros contra os ataques portugueses.
As comemorações se iniciaram no dia 25 de junho, com o encontro, na cidade de Cachoeira, do caboclo e da cabocla, esta oriunda da cidade de São Félix. Em 2006, o cortejo do 2 de Julho foi registrado no Conselho Estadual de Cultura como Patrimônio Imaterial da Bahia por representar a identidade cultural do estado