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Os olhares de Jaques Wagner sobre as universidades estaduais. Crítica dura.
Foto: BJÁ
O sentimento cívico no 2 de Julho, a festa de independência da Bahia, foi para o espaço. Pouco foram aqueles que reverenciaram os heróis da manifestação da cultura popular baiana. A maioria absoluta optou pelos protestos dos movimentos que atormentam a sociedade. Foi o 2 de Julho dos protestos de toda natureza: do movimento das mulheres vadias, dos professores universitários do estado, dos trabalhadores do cais, dos aposentados, dos servidores do estado e do municipío, e até de movimentos pela paz, contra a homofobia, contra o racismo e assim por diante.
Nunca se viu tantos protestos como neste 2 de Julho. Não escapou ninguém entre as autoridades federais, estaduais e municipais. E, por incrível que pareça, os protestos maiores foram contra o governo do Estado e o governador Wagner, o qual desfilou entre a Lapinha e a Praça da Sé com uma entourage tão grande, todo mundo vestindo camisas com a a inscriação "2 de Julho, uma conquista de todos nós", que a população quase não o enxergava.
"Ele (o governador) passou por aqui tão rápido que não deu nem pra vê-lo", disse a costureira Cecília Guimarães Santos, a qual estava com um grupo de amigas numa tenda etílica ao lado da Fundação Jorge Amado. E prefeito João Henrique, perguntou ao repórter do BJÁ querendo saber se já tinha passado. "Ninguém viu por aqui", respondi. Segundo o deputado Sérgio Carneiro (PT), irmão do prefeito, ele foi até a Soledade e depois se recolheu.
ABERTURA
Os Encourados de Pedrão, grupo que representa a participação dos vaqueiros na luta pela independência da Bahia, mantiveram a tradição e abriram o desfile do 2 de Julho. A passagem deles foi discretamente aplaudida pela população. A presença dos vaqueiros não havia sido confirmada, após o Ministério Público (MP) sugerir que o desfile fosse feito sem os cavalos. A indicação foi uma resposta a ação impetrada pela Associação de Proteção dos Animais da Bahia.
Após a recomendação, participantes dos Encourados de Pedrão disseram que não desfilariam sem os cavalos. De acordo com Anderson Maia, após uma reunião no MP a situação foi esclarecida e o tradicional desfile acertado. "Como não tinha liminar no MP, agente veio normalmente. Nossa participação é importante porque os vaqueiros se juntaram às tropas brasileiras e lutaram pela independência", ressalta.
Quem passou logo depois dos Encourados foi Bira do Jegue, a pé, protestanto porque não pode usar sua montaria. "Eu sou Bira do Jegue e isso é um absurdo", comentou ele para o BJÁ usando uma vestimenta de Charles Chaplin.
Na Lapinha, o governador Jaques Wagner, o prefeito João Henrique e o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, hastearam as bandeiras do Brasil, da Bahia e de Salvador ao som do Hino Nacional e do Hino ao Dois de Julho. O trio também depositou flores no monumento do general Labatut, personagem histórico da Batalha de Pirajá.
A presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB), a professora e historiadora Consuelo Pondé, relembrou a importância da valorização dos heróis da liberdade e independência, com especial destaque para as figuras do Caboclo e da Cabocla, representantes das forças populares na luta pela independência.
Em seguida, o cortejo com os persongens saiu da Lapinha em direção a Praça Municipal, onde fazem uma pausa. A partir das 15h30 o roteiro é reiniciado em direção ao Campo Grande, com chegada prevista para as 16h30, quando a pira do simbólico será acesa e os caboclos acomodados.