Por Athylla Borborema
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Criminalista Evaldo Campos |
O empresário Floro Calheiros Barbosa, o "Ricardo Alagoano", de 45 anos, o seu sobrinho Lucas Calheiros Barbosa, 21 anos, e o amigo Rafael Costa Borges, 20 anos, foram mortos nas primeiras horas da manhã de domingo do último dia 10 de abril, em território do município de Barreiras, na região oeste da Bahia, em um confronto com policiais militares, agentes da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal.
Entretanto, no dia anterior na cidade de Gurupi, estado do Tocantins, a Polícia Federal já teria ferido a tiros o filho de Floro Calheiros, o jovem Fábio Calheiros Barbosa, 23 anos.
O criminalista Evaldo Campos disse que a polícia montou um plano para matar Floro Calheiros desde 2003, tanto que os júris do seu cliente foram cancelados e adiados várias vezes, porque a polícia tinha medo que ele fosse inocentado, tendo em vista que 52,34% dos sergipanos já acreditavam na inocência de Floro. Mas o sistema policial preferiu persegui-lo lhe acusando-o de tantos outros crimes sem que ao menos tivesse conhecimento, objetivando dá fim à sua vida, a ponto de lhe trucidar num cenário onde três pessoas com duas pistolas teriam enfrentado 50 policiais armados com metralhadoras e fuzis.
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Fábio Calheiros - Internado |
"A ação da polícia foi um deboche. Jogaram a peruca em cima do corpo de Floro. Eram três pessoas, duas armas e mais de 50 policiais. Não podiam ter atirado para quebrar somente as pernas? Os meninos não tinham antecedentes criminais. Conheci Floro Calheiros há dois anos e ele conquistou a minha confiança. Eu sempre acreditei na inocência do meu cliente. Floro podia até não ser santo, mas era um homem íntegro, homem de palavra, muito mais do que muita gente grande aqui de Sergipe. Mataram Floro, mataram o sobrinho, atiraram no filho, mataram outro jovem amigo da família, mas não calaram a voz dos familiares, dos advogados e muita coisa ainda vem à tona", esbravejou o Dr. Evaldo Campos.
Ele afirmou que a transferência de Fábio Calheiros logo após o ferimento para o Hospital da Polícia Militar, em Aracaju, foi feita de forma precipitada e desnecessária. "Não queríamos que Fábio fosse transferido, porque uma pessoa que recebe um tiro de fuzil e que é operado durante toda a manhã, não poderia ser transferido. Uma pessoa que se opera de hérnia passa três ou quatro dias no hospital, quanto mais quem recebe um tiro de fuzil. Porque trazer para Sergipe? É para servir de troféu", questionou o advogado.
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Lucas Calheiros - sobrinho morto |