As condições de trabalho precárias e a remuneração congelada há cinco anos dos profissionais do Serviço do Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram os problemas apontados pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), José Caires, e pela diretora da entidade, Maria do Socorro Campos, ao ocuparem a Tribuna Popular na sessão ordinária de segunda-feira (14), na Câmara Municipal.
Os representantes do Sindimed anunciaram uma paralisação do Samu para a próxima quarta-feira (23) e relataram o descaso do Poder Público com os profissionais do serviço que têm trabalhado sem segurança, em ambulâncias sem ar-condicionado ou em bases descentralizadas improvisadas e insalubres, com atrasos salariais, além de não serem contemplados pelo Plano de Cargos, Carreira e Salários da categoria médica.
De acordo com a diretora do sindicato, Maria do Socorro, desde 2010 os profissionais não recebem pagamentos relativos a plantões realizados em eventos e festas populares da cidade, como a Stock Car, São João, Festa do Senhor do Bonfim, de Itapuã, dentre outras. "O Samu 192 pede socorro", desabafou Maria.
Tentativas de resolver o problema com o prefeito João Henrique foram em vão, segundo o presidente do Sindimed, José Caires. Mas os vereadores Odiosvaldo Vigas (PDT), Tia Eron (DEM) e Téo Senna (PTC) acreditam que o secretário municipal de Saúde e ex-vereador Gilberto José, que já recebeu os representantes do Sindimed em audiência, tratará a questão com empenho e através do diálogo.
Para José Caires, a remuneração atual é aviltante. A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) foi enfática ao equiparar o salário do médico do Samu em Salvador ao do profissional que atua em Feira de Santana. "Aqui na capital o salário é de R$ 3.240 reais enquanto que em Feira é de R$ 6.500 reais".  E acrescentou: "A questão salarial do Samu não foi vista no Plano de Cargos e Salários".
O quadro de profissionais do Samu é composto por profissionais contratados através do Reda, terceirizados e contratados por meio de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que permaneceriam até a realização de concurso público.
Os vereadores Joceval Rodrigues (PPS), Henrique Carballal (PT) e Gilmar Santiago (PT) solidarizaram-se com a causa, ao afirmar que se trata de um dos serviços de maior reconhecimento da população soteropolitana.