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Jornalista Florisvaldo Matos pede demissão livre e espontânea de A Tarde
Foto: DIV
O editor-chefe do jornal A Tarde, jornalista Florisvaldo Matos, comunicou aos colegas da redação em "estado de greve" a sua demissão espontânea da empresa, diante da crise gerada a partir da exoneração, até agora sem uma justificativa plausível, do jornalista Aguirre Peixoto, acontecida no último dia 8.
Na Assembleia dos profissionais da redação realizada na tarde desta quinta-feira, 10, o editor chefe foi bastante criticado pelos colegas, sobretudo de forma indireta, muitos afirmando que há vários comandos na redação e ninguém sabe a quem seguir, o que certamente motivou a mensagem endereçada por Florisvaldo à redação comunicando que pediu demissão de forma "livre e espontânea" e agradecendo a compreensão de todos, e das grandes lições e amigos que deixa na empresa.
Hoje, aconteceram duas reuniões em A Tarde, para tentar resolver o impasse da crise gerada a partir da demissão de Aguirre, segundo documento da redação, promovida a pedido de forças do setor imobiliário.
Na primeira delas, uma comissão de 6 jornalistas (incluindo o Sinjorba) discutiu as questões com a direção da empresa. Não houve muitos avanços nas exigências dos jornalistas: 1) Justificativa para demissão de Aguirre; 2) Readmissão de Aguirre; 3) Garantia de liberdade de expressão no exercício da profissão sem interferência de terceiros.
A direção da empresa, segundo um editor que conversou em off com BJÁ admitiu uma provável readmissão de Aguirre, lá adiante, garantiu a liberdade do exercício da profissão e justificou a demissão de Aguirre, por ter assinado a matéria, e como tal sendo responsável pelo texto que não teria agradado a empresa, daí sua demissão.
Levada essas questões a Assembleia dos profissionais da redação, os jornalistas e outros entraram em "estado de greve" (figura jurídica prevista em lei), com a assinatura de 90 profissionais. Ou seja, do "estado de greve" para greve é preciso que haja uma comunicação oficial do grupo conforme prevê a lei.
Decidiu-se, também que durante uma edição da semana de A Tarde os jornalistas não vão assinar as matérias, colocando apenas sobre o texto a expressão "Da Redação".
Formou-se, ainda, uma Comissão para estudar as reivindicações básicas e acompanhá-las junto à diretoria da empresa, bem como criar uma linha de conduta (uma espécie de manual, uma norma) estabelecendo os poderes dos editores e do editor chefe, isso a ser formatado até o Carnaval.
Até lá, momo, a redação de mantém em "estado de greve".