Está decidido o destino do jegue na Lavagem do Bonfim: Ele não poderá desfilar pelas ruas da cidade baixa durante os festejos desta quinta-feira (13).
A decisão foi tomada pelo juiz Rui Eduardo Brito, da 6ª Vara da Fazenda Pública, que proibiu a presença de animais na tradicional festa baiana. A decisão, tomada no início da tarde desta quarta-feira (12), estabelece que quem descumprir a liminar, terá a carroça e o animal apreendidos.
A ação que resultou na proibição dos animais na festa foi movida por ambientalistas e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA). Com a decisão favorável à proibição, a Polícia Militar, através do seu Comando Gal, será intimada para auxiliar o devido cumprimento da liminar.
"A justiça proibiu a participação de qualquer animal, em especial dos equinos. A sentença obriga a Prefeitura e a Saltur a cumprirem a decisão, sob pena de multa de R$ 90 mil", diz Ana Rita Tavares, presidente da Ong Terra Verde Viva, uma das três Ongs de proteção aos animais que entrou com a ação na justiça em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA).
Funcionários do gabinete do juiz confirmaram o parecer favorável à proibição da participação dos jegues na festa, mas informaram que o juiz não vai se pronunciar sobre o assunto.
"Esse é um momento histórico, mostra que existe um judiciário sensível e que faz cumprir a Constituição Federal, que veda crueldade contra os animais", comemora Ana Rita, dizendo que anexou à ação documentos provando que os animais são submetidos a crueldade. De acordo com ela, os jegues carregam peso excessivo, são agredidos, não recebem água ou alimento durante o cortejo e percorrem longas distâncias.