Ao meio-dia de ontem, 14 de dezembro, o Juiz Ricardo Dias de Medeiros Neto, da 2ª Vara dos Feitos Cíveis da Comarca de Itaberaba, suspendeu temporariamente, a execução da Liminar que impõe a desocupação de todas as casas do Conjunto Cidade Universitária, nas proximidades da Estação Rodoviária de Itaberaba.
As unidades habitacionais de interesse social destinadas à população de baixa renda, encontra-se em construção com recursos da Caixa Econômica, com recursos da Resolução nº 518 do Conselho Curador do FGTS. As obras vem sendo tocadas pela Patamares Engenharia, que moveu a ação de despejo.
A trégua trouxe novo alívio para as famílias sem-teto que ocupam as moradias. "Vamos nos organizar, nos unir para evitar o pior, minha gente" - aclamou a sem-teto Beatriz - até agora nós ganhamos um presente de Natal, mas não sabemos o que vem depois. "Mesmo que venha a ordem de despejo a gente não vai sair", reagiu a sem-teto Jucimara, confirmando que a maioria das famílias estão dispostas a resistir, podendo gerar confronto com a polícia e oficiais de justiça..
Situações diferentes
Conforme informações do defensor público, Lúdio Rodrigues Bomfim, o juiz reconheceu as diferentes situações das famílias sem-teto, onde algumas já tem mais de um ano morando no local, outras são mutuaria do programa e muitas famílias são novos ocupantes. O magistrado Ricardo determinou a suspensão da medida até identificar a situação de cada invasor das moradias, acatando a manifestação da defensora pública Camila Maria Góes de Souza.
A Defensoria Pública está convocando uma reunião para a próxima quinta feira 16, pelas 9h da manhã, na tentativa de encontrar uma solução pacífica para o conflito. O encontro se dará no salão do júri no Fórum Hélio Lanza, estando convocados a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do estado, a Caixa Econômica, representantes da prefeitura, da empreiteira Patamares, Ministério Público e as famílias sem-teto da Associação de Mutuários Alumi, e os atuais ocupantes dos imóveis em construção.