O delegado Omar Andrade Leal, titular da 4ª CP (São Caetano), confirmou que equipes de investigadores realizaram buscas nesta quarta-feira, 24, em quatro bairros diferentes de Salvador, na tentativa de localizar os três suspeitos de torturar, assassinar e decapitar as estudantes Gabriela Alves Nunes, 13 anos, e Janaína Brito Conceição, 16, na semana passada.
Em uma das diligências, os policiais acabaram prendendo Adnilson Oliveira da Conceição, conhecido como Dênis, 21, que circulava pela Nova Divineia, no IAPI - o mesmo local em que as garotas foram brutalmente assassinadas. Na casa dele, na Vila Antônio Balbino, também no IAPI, foram encontradas armas e drogas.
Adnilson confessou ser o dono de 40 papelotes de cocaína, duas pedras de crack e dois revólveres calibre 38, além de 16 projéteis, que escondia em casa. Num primeiro momento, o delegado trabalhava com a hipótese de Adnilson ser um rival de Alex Santos e Silva, o Lequinho (um dos procurados pelo duplo homicídio), e que supostamente sondava a área em busca de novos pontos de tráfico - o que o detido negou.
"Só estava lá visitando minha namorada, e sei sobre a morte das meninas pelo que passa na televisão. Se vierem dizer que eu estava querendo tomar bocas dos outros, é mentira. Vão estar me condenando e a minha família também. Só conheço esses caras de vista, não me envolvo com eles", bradou.
Antes de Adnilson ser autuado nesta quarta, por tráfico de drogas e posse ilegal de arma, não havia registros de inquéritos ou processos contra ele nos arquivos da Secretaria da Segurança Pública. Entretanto, ele admitiu ter assassinado um desafeto, de prenome Danilo, em 27 de julho de 2007 - uma semana antes de completar 18 anos. "Ele fugiu da prisão e queria me matar. Então, agi antes", narrou. Um dos revólveres apreendidos nesta quarta pertencia a Danilo.
Foragidos - Enquanto Lequinho, Adriano Silva Nunes, 22, e Risovaldo Hora Costa, 20, não são localizados, a polícia continua colhendo depoimentos. Nesta quarta, Patrícia de Jesus foi ouvida na Delegacia de Homicídios. Conforme o delegado Leal, ela seria namorada de um dos procurados e teria mantido contato com as vítimas na noite do crime.
Ela foi liberada após depor. O delegado afirmou que não teve acesso ao conteúdo do interrogatório. Ele disse que pretende analisar o depoimento de Patrícia nesta quinta, 25. Segundo Leal, não está descartada a participação de uma quarta pessoa nos assassinatos das adolescentes. "Surgiu a figura de um tal de Branco, que tentamos identificar. Prender os acusados é questão de tempo", concluiu.