Salvador

BALÉIA DESENCALHADA REAPARECE APÓS 8 ANOS E ANIMA PESQUISADORES

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| 10/11/2010 às 10:51

CARAVELAS - Depois de dois anos de espera na fila de análises do laboratório, os pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte (IBJ) receberam nesta semana os resultados do exame do material genético de uma baleia avistada em 2008, no Banco de Abrolhos, no litoral da Bahia. 

Foto: Kátia Kroch/IBJ 
Pesquisador se prepara para atirar dardo em baleia avistada em Abrolhos
Os dados batem com amostra colhida de um animal encalhado que foi resgatado vivo de uma praia em Ubatuba, no litoral de sul São Paulo, dez anos atrás. É a primeira vez que cientistas brasileiros obtém uma confirmação genética de que um resgate de baleia encalhada foi bem-sucedido.

A notícia é animadora para os pesquisadores porque 2010 se tornou o ano recorde de encalhes de jubartes. Até agora, 95 animais encalharam na costa brasileira. Somente nove deles estavam vivos e apenas um foi devolvido ao mar com vida.

O resgate é complicado porque os animais têm dificuldade para respirar fora da água e podem sofrer uma parada cardíaca quando ficam muito tempo presos na areia. Além disso, as baleias costumam estar doentes e debilitadas quando encalham, o que reduz as chances de sobrevivência, no caso de um possível resgate. "A confirmação da sobrevivência desta baleia mostra que, apesar das baixas chances de sucesso, todos os esforços valem à pena", disse Milton Marcondes, médico veterinário e diretor de pesquisa do IBJ. 

Foto: Hugo Gallo/Aquário de Ubatuba 
Baleia que encalhou na praia do Bonete, em Ubatuba (SP), em 2000
Até hoje apenas três baleias com mais de 10 metros de comprimento foram devolvidas ao mar com vida, no Brasil: uma em Saquarema (RJ), em 1991, outra em Florianópolis (SC), em 1998, e a de Ubatuba, que encalhou em 2000. Na epóca, o animal tinha onze metros de comprimento, pesava cerca de dez toneladas de peso e aparentava estar saudável. Foi resgatado depois de doze horas, numa operação que envolveu um barco rebocador e quase cem pessoas, entre biólogos, bombeiros, pescadores e moradores. (RADAR 64, Fonte)