Passageiros que esperavam embarcar com veículos no sistema ferryboat, na manhã desta quarta-feira, 6, no Terminal Marítimo de São Joaquim, em Salvador, protestaram sob a alegação de que ônibus e caminhões estariam sendo privilegiados no embarque. Algumas pessoas, como a gerente de um estabelecimento comercial, Terezinha Crispim, 49 anos, aguardou por quase uma hora para embarcar. Com o bilhete comprado para 11h, o ferry só partiu às 11h56.
Preocupada com a mãe de 83 anos, ela chegou a chorar quando reclamava para funcionários da empresa sobre o privilégio dado a outros veículos. "Estou com minha mãe de 83 anos, que precisa tomar medicação e se alimentar em horários fixos", disse. Ela mora em Valença e veio a Salvador em virtude de uma consulta médica de sua mãe.
Para vir a Salvador, Terezinha contratou os serviços de motorista de uma cooperativa. De acordo com o motorista do veículo, Djavan Santos Oliveira, 27, pela norma da empresa, Terezinha terá que pagar R$120 a mais caso exceda o tempo de uso dos serviços acima de trinta minutos. "Na entrada, a mulher (funcionária) vendeu que íamos pegar o ferry às 11h. Chegamos às 9h e até agora nada", disse.
"Eles [funcionários da TWB] passaram um ônibus e três caminhões na nossa frente. E quando procuramos saber de alguma coisa, simplesmente viram as costas. Vem uma empresa de não sei onde e trata o baiano de qualquer jeito", disparou o empresário Valton Santos Firmino, 50, que tinha um encontro marcado para às 12h com um cliente de Santo Antônio de Jesus.
Além dos compromissos profissionais que o esperavam em Morro de São Paulo, o empresário Joe Moutinho, 47 anos, estava preocupado com a filha de um ano, que aguardava o embarque dentro do carro."Minha filha está desde as 10h dentro do carro, no sol e com fome. Se vocês [funcionários da TWB] têm horário para trabalhar aqui, nós também temos. Isso é uma falta de respeito, e nem uma satisfação convincente a empresa se preocupa em nos dar", disse, revoltado.