Com protestos, mas, sem resistência maiores dos barraqueiros começou na manhã desta segunda feira, 23, uma nova rodada de derrubada de barracas de praia em Salvador e Ipitanga. A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, PT, reuniu-se com os barraqueiros ontem, à noite.
Na área da Praia do Flamengo, quatro equipamentos já foram ao chão, entreelas, a Barraca do Lôro e, ao todo, nove estruturas deverão ser demolidas por funcionários da Sucom (Superintendência de Uso e Ordenamento do Solo do Município).
Dezenas de policiais federais se encontram na área para garantir que o serviço seja realizado.
Os donos das barracas que foram demolidas na região do Flamengo não ofereceram resistência, mas não faltam reclamações. O proprietário da barraca Veleiro, Massimo Pastucci disse que a demolição do equipamento representa prejuízo de R$ 700 mil. "Eu estou a 47 metros do mar, o que significa que estaria infringindo a lei em apenas 3 metros. Isso é um absurdo, uma ditadura. Foi a própria prefeitura que construiu isso. Antes, podia ficar, agora não pode mais?".
Emocionados, muitos funcionários das barracas se encontram no local. É o caso de Edcarlos dos Santos Mendes, que trabalhava como estoquista na barraca Marguerita. Com lágrimas nos olhos, disse que não sabe o que fazer da vida agora que está desempregado. "Isso não deveria ter sido feito desta forma", disse.
A proprietária da barraca do Lôro, na Praia do Flamengo, Rosana Santiago, reclama da falta de mandado para derrubar as estruturas. "Parece cena de guerra com tantos policiais aqui, mas eles não têm nenhuma petição da Sucom ou da União autorizando a demolição", reclama.
O trânsito está complicado na região de Patamares, sentido Itapuã, nas imediações do restaurante Tempero da Dadá, porque barraqueiros queimam palhas em plena via, que também foi bloqueada pelos protestantes.
A Justiça já havia autorizado a derrubada, mas não tinha definido o cronograma de início dos serviços. Na tentativa de chegar a um acordo, os barraqueiros ocuparam a Câmara de Vereadores na semana passada. Em maio deste ano, 98 barracas foram demolidas. Ao todo, 352 equipamentos devem ser destruídos.