Salvador

CASO BRUNO: DELEGADA DIZ QUE MENOR MENTIU COM MEDO DE MORRER

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| 16/07/2010 às 16:59
A delegada do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) Ana Maria Santos disse em entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira, detalhes sobre o depoimento do menor J. de 17 anos, primo de Bruno, acusado de participação na morte de Eliza Samudio, de 25 anos. 

Sobre o último depoimento do adolescente, que está internado no Centro de Internação de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a delegada afirmou que o jovem mentiu com medo de ser morto pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Neném ou Bola. O jovem teria confessado ter mentido em relação a cor de pele do acusado de ter executado a ex-amante de Bruno, já que em um primeiro momento teria dito que


De acordo com Ana Maria Santos, a Polícia Civil seguiu e respeitou as condições do menor em todos os depoimentos prestados. No Juízado da Infância e Juventude de Belo Horizonte, o primo de Bruno colaborou com informações importantes para as investigações. "Ele narrou detalhes de toda ação, começando por contar sua própria vida pregressa", disse.

"Ele contou ainda ter pedido apoio ao tio, morador de São Gonçalo, após estar muito perturbado mentalmente, com os fatos trágicos e a execução de Eliza. O menor não conseguiu dormir bem e a imagem de Eliza lhe vinha sempre na memória. Ele disse também que parecia um filme de terror", afirmou a delegada, em entrevista coletiva.


SUSTO

O menor contou aos policiais de Minas Gerais que morava com Bruno e Macarrão e que presenciou várias perturbações que Bruno vinha sofrendo. Segundo o menino, Eliza Samudio ligava constantemente para o goleiro pedindo dinheiro e que acompanhasse o bebê em consultas médicas. Sobre o crime, J. disse que foi convidado por Macarrão para dar um "susto" em Eliza.

"Ele pretendia continuar nos trazendo mais detalhes. Ele combinou de falar mais no dia seguinte. Em novo depoimento, já acompanhado de seu advogado, ele nos disse que não conversaria mais. E, em frases quase que decoradas, repetia a todas as questões e que só falaria em juízo", disse.  

O DIA noticia o caso com exclusividade

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.


No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. No dia seguinte, O DIA noticiou, com exclusividade, o caso. Com equipes de reportagem no local, O DIA ONLINE acompanhou a investigação da história, minuto a minuto, a partir do dia 26 de junho.


ENVOLVIDOS

A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. O goleiro e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Na quarta-feira 7 de julho, a Justiça decretou prisão preventiva do goleiro Bruno, o amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos - conhecido como "Neném", "Bola" ou "Paulista", sua mulher Dayanne e mais quatro envolvidos no crime. A polícia apreendeu ainda um menor, de 17 anos, primo de Bruno, que teria participado da trama. No dia seguinte, 8 de junho, a mãe de Eliza Samudio ganhou a guarda provisório do bebê, agora com 5 meses. No dia seguinte, Bruno, Macarrão e Neném foram convocados a prestar depoimento mas se negaram. Segundo seus advogados, os acusados só falarão em juízo.

ele era negro.