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Delegada Márcia mostra um "fial", artefato com alto poder explosivo
Foto: ASCOM
Agentes da Polícia Civil da delegacia de Cachoeira cidade histórica do
Recôncavo baiano (distante 110 km de Salvador), apreenderam nesta
quinta-feira (1 de julho) um lote com doze dúzias de espadas, dois
morteiros, além de dois artefatos conhecidos como fial. Este de grande
potencial explosivo, conforme os agentes policiais. Os fogos estavam
estocados no Bar do Marujo, situado na Avenida São Diogo.
De acordo com a polícia, que cumpriu mandado de busca e apreensão, expedido
pela juíza da comarca Ana Lúcia Ferreira de Souza, os artefatos seriam para
a guerra de espadas que está sendo anunciada por espadeiros para amanhã (2
de Julho) apesar da proibição. A ação também contou com o apoio de agentes
da Corpin de Santo Amaro.
A delegada Márcia Gonçalves, titular da Delegacia de Cachoeira informou que
requereu o mandado de busca e apreensão à juíza Ana Lúcia Ferreira de Souza,
após receber uma denúncia anônima por telefone de que o Bar do Marujo estava
sendo utilizado como ponto para a estocagem de espadas, já que o mesmo está
situado no local onde os espadeiros dizem que pretendem realizar a guerra. O
proprietário do estabelecimento identificado apenas pelo apelido de Marujo
não foi encontrado no local e está sendo procurado pela polícia.
A delegada Márcia Gonçalves chamou atenção para a presença no lote
apreendido de uma espada denominada pelos espadeiros como fial. O artefato
difere dos outros pelo seu tamanho maior e quantidade de pólvora,
aproximadamente 1 kg. "Esse artefato possui um grande poder explosivo, tem
capacidade de provocar grandes estragos em imóveis e até matar uma pessoa
atingida", avalia a delegada. Márcia Gonçalves disse que a Polícia Civil
está mobilizada para cumprir novos mandados de busca e apreensão.
A luta de moradores de Cachoeira contra a guerra de espadas na cidade
histórica, tombada como Monumento Nacional, é antiga. Os espadeiros de
elegeram o Dia 2 de Julho, data da Independência da Bahia para promover a
queima de espadas nas ruas da cidade que possui um rico acervo de antigo de
imóveis e igrejas seculares. A ong A Cidadã junto com a Câmara de Vereadores
realizou diversos debates e reuniões com diversos segmentos da sociedade e
autoridades para coibir a queima de espadas em Cachoeira visando a proteção
do patrimônio arquitetônico e as pessoas que não participam da perigosa
brincadeira.