As cidades de Guanambi, Pindaí e Candiba, na região Sudoeste, estão na iminência de sofrer um colapso no abastecimento de água. A barragem de Ceraíma já não suporta a demanda de consumo de uma população de mais de 200 mil pessoas. A crise se agrava a cada dia e a omissão dos governos estadual e federal com o problema causa revolta na região.
"Há vários meses que vivemos sob ameaça de um colapso total no sistema de abastecimento de água e só agora a Embasa vem adotando medidas paliativas, sem que o governo tenha sequer se pronunciado", reclama o prefeito de Guanambi, Charles Fernandes.
Apontada como solução definitiva para o problema, a construção da adutora do Rio São Francisco se arrasta, sem que a obra seja iniciada. "A licitação, prevista para janeiro deste ano, até hoje não foi realizada", diz o prefeito Charles Fernandes, que foi surpreendido na manhã de hoje com a informação de que a licitação foi prorrogada por mais 30 dias.
Nas cidades, o senso comum é de que a adutora não passa de propaganda eleitoral. Nem mesmo o estado de emergência, decretado várias vezes pela prefeitura, sensibilizou os governos estadual e federal para o grave problema.
"Corremos o risco de ficarmos sem água na região e o governo federal gasta bilhões com a transposição para levar água do Rio São Francisco para outras localidades, enquanto a população que vive às margens do velho Chico passa sede. Nunca houve tanto descaso do governo para com a população de Guanambi".