O traje era de gala. Sorriso estampado no rosto, arrumados com suas melhores roupas, os alunos lotaram as mesas do Restaurante Popular com familiares e amigos. A moradora de Itinga e vendedora ambulante, Érica Santos (30), foi uma das alunas das quatro turmas do curso Confeiteiro com Panificação. Feliz, ela contou que as aulas, durante seis meses, só lhe trouxeram melhorias de vida. "Antes vivia vendendo salgados na informalidade. Hoje, além de fazer um produto mais gostoso, já começo a pensar em montar uma coisinha minha", disse.
O depoimento da artesã Rosilene Soledade (40) não foi diferente. No caso dela, além da profissionalização, o curso do Programa de Agricultura Urbana e Periurbana resgatou também a auto-estima. Vítima de depressão e de problemas de ordem emocional, ela viu no curso a possibilidade de esquecer os problemas. "Cheguei aqui um farrapo humano. Hoje sou uma nova mulher". O aprendizado das aulas se estendeu a toda família. Ela conta que a filha adolescente trocou o vaso de flor por um pé de coentro e a mãe deu início ao plantio de duas hortas no quintal. "O curso terminou sendo para toda a família. Agora só falamos em plantar, colher e cozinhar", brincou.
Mesa farta. Pães, doces e salgados dos mais diversos. Lá estava o resultado de tudo que foi aprendido ao longo do curso. Depois da entrega dos certificados, os alunos puderam degustar as mais diversas guloseimas. "Está tudo uma delícia. Muito bem feito e de muito bom gosto", disse a secretária de Assistência Social e Cidadania, Maria de Lourdes Lobo. A política de assistência social estabelecida pela gestão municipal foi reforçada pela secretária. "Nosso foco é dar assistência. Não dando o peixe e sim a vara de pescar. Temos pobreza, mas não há pobreza sem remédio", salientou a secretária. Ela acrescentou ainda que novos cursos já estão sendo pensados pela prefeitura e logo serão disponibilizados a população.