Segundo Nelson Valencia, empresário de Alf, o músico havia sido internado na última segunda-feira (1), quando seu estado se agravou. A doença havia sido diagnosticada há 10 anos.
"Johnny era uma pessoa muito serena e espiritualizada. Estava encarando a doença com otimismo, nunca se desesperou", conta o empresário.
Valencia explica que mesmo após saber da doença, Alf continuou a fazer shows. "Nos últimos três anos ele deu uma parada. Mas até agosto do ano passado chegou a fazer algumas pequenas apresentações".
Segundo o empresário, o velório do artista será realizado na sexta-feira (5), na Assembleia Legislativa. A assessoria de imprensa da Casa ainda não confirma a informação. O enterro será no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, com horário a ser definido.
Alfredo José da Silva nasceu em 19 de maio de 1929, no Rio de Janeiro, e iniciou os estudos de piano ainda criança. Na adolescência, se interessou pelo jazz e pelas músicas do cinema norte-americano. O apelido foi dado por uma amiga americana.
No início da década de 50, Alf formou seu primeiro grupo musical no Instituto Brasil-Estados Unidos. Logo depois, uniu-se a Dick Farney e Nora Ney apresentando-se na noite carioca e nas rádios. Dessa época são as composições "Estamos sós", "O que é amar" e "Escuta".
Em 1953, compôs "Céu" e "Rapaz de bem", apontadas como pioneiras da bossa nova. Segundo Ruy Castro, autor de "Chega de saudade", Alf é "o verdadeiro pai da bossa nova".
Na segunda metade da década de 1950, Alf também passou a se apresentar em São Paulo, dividindo as noites com o grupo Tamba Trio, de Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvia Telles. Em 1967, apresentou a música "Eu e a brisa", uma de suas mais conhecidas, no III Festival da Música Popular Brasileira em 1967, da TV Record