Esta já é a terceira intervenção realizada pela secretaria na região do Rio Joanes, visando recuperar os manguezais, cuja degradação já vinha afetando a atividade econômica de marisqueiras e pescadores. O secretário do Meio Ambiente, Vidigal Cafezeiro, diz que a intenção é refazer o corredor ecológico, devastado pelas invasões.
"Muitas pessoas estenderam seus lotes até a margem do Joanes, aterraram o mangue, construíram alicerce e abriram acesso até o rio acreditando que assim estavam valorizando seus imóveis". Agora a ação da Prefeitura é fazer com que os novos empreendimentos assumam o passivo ambiental. Para abrir o corredor falta apenas um lote.
No replantio, trabalharam marisqueiras e pescadores. Antes eles preparam as mudas das espécies já existentes no mangue. Nesta ação a empresa Costa dos Coqueiros Ltda investiu R$ 190 mil reais no trabalho de desaterramento da área de mangue, que possuía quase um metro de camada de entulho, além de derrubar a estrutura em alvenaria de pedra que impedia o acesso da água à região onde foram replantadas as espécies.
As mudas também foram conseguidas através de acordo com o Atakadão Atakarejo, que possuía passivo ambiental com o município. Além das mudas, foi feito repasse aos pescadores de R$ 5 mil. O presidente da Colônia de Pescadores Z-57, Jonas Tomás dos Santos (Mestre Touro), avalia que em cinco anos a área de mangue já estará completamente fechada e pronta para o reinício pleno da atividade de pesca do aratu, lambreta, canivete, sururu e mais uma série de mariscos.
"Enquanto não se tomavam providências, as pessoas iam desanimando das atividades. Tem gente que não usa o rio e o manguezal apenas para o sustento, mas também para o complemento da alimentação", disse Touro.