Salvador

VÁ A PÉ A LAVAGEM DO BONFIM. SE VOCÊ FOR DE JEGUE PODE ENTRAR EM CANA.

Que saudade de Dias Gomes
| 12/01/2010 às 18:15
MP e OAB querem acabar com uma tradição bicentenária
Foto: Aristeu Chagas
"Exposto a maus tratos", os equinos utilizados para puxar as carroças durante a tradicional ‘Lavagem do Bonfim' devem ser poupados a partir deste ano de 2010.

Isso, se a Justiça deferir pedido de liminar apresentado em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público estadual, em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia, a Associação Brasileira Terra Verde Viva e Associação Célula Mãe, contra o Município de Salvador e a Empresa de Turismo S/A (Saltur). Juntas, as instituições, que alegam a existência de maus tratos, solicitam à Justiça que determine a retirada dos equinos do percurso que pode chegar a 12 km.


Segundo os autores da ação, os animais utilizados durante a lavagem "padecem terrivelmente com as agressões que se lhes impõem o peso das pessoas pulando em cima das carroças, com os tombos, com a longa exposição ao sol e calor intenso e com a falta de água e alimento".

Além disso, destaca o promotor de Justiça Heron Santana Gordilho, os equinos ficam sujeitos à agressão física praticada por determinadas pessoas. Para o MP, OAB e associações , "a retirada dos equinos do evento não acarretará qualquer prejuízo para a festa".

Aliás, argumentam eles, "quando a Administração Municipal de Salvador proibiu a presença dos trios elétricos durante o percurso profano, sob o jargão ‘quem tem fé, vai a pé', deveria também ter proibido o uso de animais puxando as pesadas carroças".