Na segunda-feira (21), dia nacional do deficiente, foram debatidas políticas públicas para os surdos em Salvador, por iniciativa do vereador Gilmar Santiago (PT). A inclusão dos surdos nas escolas, qualificação, inserção no mercado de trabalho e o preconceito foram apontados na solenidade como principais dificuldades para os deficientes auditivos na sessão especial.
A solenidade reuniu, além de deficientes, pais e amigos dos portadores de necessidades especiais e representantes de entidades que buscam incluir socialmente os surdos. "Estamos apenas engatinhando em relação às políticas públicas para deficientes auditivos". A representante da Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), que trabalha no setor de educação inclusiva, Marília Dantas, disse que sente falta de mais instituições que representem e lutem pelas causas dos surdos.
O membro da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Bahia (Apada), Luiz Carlos, chamou a atenção para o preconceito e a imagem de incapazes que muitos ainda têm dos deficientes. "Precisamos modificar essa situação que acontece há muito tempo. Eles não são coitadinhos. São pessoas com direito iguais às outras e com uma boa qualificação podem exercer suas respectivas atividades com competência", declarou.
A importância de debater políticas públicas para surdos foi destacada por Gilmar Santiago. Para o petista, os deficientes auditivos têm várias potencialidades que precisam ser mais exploradas. "É preciso estimular os órgãos públicos e privados a absorverem esses profissionais deficientes", afirmou.
A sessão contou com dois intérpretes que se revezaram para passar as informações faladas pelos palestrantes para a linguagem dos surdos. No início um problema. Um dos intérpretes não estava sendo visto por todos os deficientes. A questão foi resolvida quando Edmilson Evangelista foi para o ponto mais alto do Plenário Cosme de Farias, atrás dos componentes da mesa e pôde ser visto por todos os deficientes.
Propostas
Em Documento escrito em novembro de 2006, durante o Encontro de Surdos da Bahia, foram destaques entre as propostas: reestruturar o currículo pedagógico para aproveitamento dos recursos pictóricos e de sinais, pois o currículo se encontra apenas adequado para estudantes ouvintes, implementar a língua de sinais nos currículos escolares, assegurar a presença do professor surdo e do intérprete profissional na sala de aula, alfabetizar crianças surdas através do Bilingüismo, inserir nos programas educacionais, inclusive nos telejornais a legenda e janela de intérprete.