Salvador

SINDILIMP PARTE PARA GREVE DE FOME PARA RECEBER ATRASADOS DO GOVERNO

Veja
| 09/07/2009 às 12:37
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia (Sindilimp-BA) decidiu em reunião realizada na tarde de ontem, dia 8, adotar uma ação que ela qualifica como radical e não violenta como a utilizada pelo líder indiano Mahatma Gandhi para a libertação da Índia.

A decisão prevê que caso o governo estadual não apresente até segunda-feira, dia 13, uma solução para o pagamento dos cinco meses em atraso em relação aos trabalhadores terceirizados, em especial do setor de limpeza, a diretoria vai realizar no Centro Administrativo da Bahia (CAB), dia 14, ações como greve de fome, acorrentar-se a prédios públicos, deitar nas avenidas do local e outras atividades buscando uma solução imediata para esse impasse.

Para Ana Angélica Rabello, coordenadora geral do Sindilimp-BA, "a diretoria do sindicato tomou esta decisão porque não é mais suportável ver tanta gente honesta e trabalhadora passar necessidades quando tem direito ao salário pelos cinco meses trabalhados. É uma vergonha que um governo eleito sob o signo da mudança admita que isso ocorra sem dar a menor satisfação. Vamos realizar ações pacíficas para mostrar a este governo que trabalhador terceirizado exige e merece respeito", disse.

O coordenador do Departamento Jurídico do Sindilimp-BA, Luiz Carlos Suíca, acrescenta que a resistência pacífica decidida pela diretoria da entidade não deve ser confundida como passiva. "A não violência de nossa parte é, sim, ativa. Não concordamos com o descaso governamental e das empresas e para mudar esta situação vamos realizar ações radicais onde diretores do Sindilimp-BA e trabalhadores voluntários vão agir para causar ao governo estadual constrangimento diante da opinião pública. Não podemos mais ver tanta miséria em nossa categoria e nada de concreto ser realizado".
 
O sindicalista acrescenta que são cerca de sete mil trabalhadores em todo o estado com os salários atrasados. "Levando-se em conta que cada trabalhador, em média, sustenta mais 4 pessoas, são mais de 30 mil pessoas passando dificuldades por um misto de descaso, incompetência administrativa e política. Se até o dia 13 não recebermos uma proposta séria para solucionar o problema do calote aos terceirizados, o responsável pelas conseqüências das atividades que realizaremos a partir do dia 14 será única e exclusivamente o governador Jaques Wagner".
 
Luiz Carlos Suíca finaliza afirmando que diversas ações estão planejadas para a terça-feira em caso das reivindicações não serem atendidas. "Quando o governo atual fala tanto em mudança e nada muda, quero usar uma frase de Mahatma Gandhi: - Temos de nos tornar na mudança que queremos ver".
 
Outra frase que também pode ser empregada é a seguinte: "Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova".