"A implantação da Casa de Acolhimento Provisório à Mulher, em Alagoinhas, é mais do que um sonho é uma necessidade existente no município e que está sendo suprida. Vamos acolher as mulheres que necessitarem do nosso apoio", disse Tatiana Andrade, secretária da Semas.
Segundo Valdecir Nascimento, superintendente estadual de Políticas para Mulheres, a iniciativa é louvável e prova que a Prefeitura de Alagoinhas não está condicionada apenas à dependência do Estado e que é necessário a movimentação dos municípios. "Este é o momento de despertar", concluiu.
A violência nos lares do Brasil, no mundo e aqui em Alagoinhas, não está desrespeitando apenas as mulheres. Muitas crianças, idosos e jovens também estão sendo afetados, e são vítimas do sofrimento e do descaso. A violência doméstica perturba não só o equilíbrio emocional, como também a convivência familiar e em sociedade. A mulher agredida perde totalmente a noção do que é viver em sociedade, perde o chão e principalmente a dignidade.
RESULTADOS
O prefeito Paulo Cezar disse que é público e notório que essa é uma grande iniciativa da Semas, e espera que a Casa funcione com um padrão de eficiência e que os resultados sejam alcançados.
De acordo com a delegada Lélia Raimundi, da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher, Deam, o índice de registros, desde a inauguração da delegacia em 21 de junho de 2007, caiu significativamente. Eram feitos de 20 a 24 registros mensais, sendo reduzida para 10. "A Deam tem trabalhado em defesa da mulher e a criação da Casa de Acolhimento é uma necessidade. Muitas mulheres agredidas não podem voltar para a casa de parentes e esse abrigo é fundamental para o momento de crise", afirmou Lélia Raimundi.
É importante destacar que um dos aspectos que leva a mulher a se submeter às agressões, é o medo. Outros aspectos como a existência de filhos, a pressão familiar e social e os fatores econômicos, levam a mulher a não denunciar as situações de violência. Em muitos casos, as mulheres silenciam por medo de sofrer retaliações; a covardia por parte do agressor é a principal causa.
É essa percepção que levou a Semas a criar esse serviço, voltado especificamente para as mulheres vítimas de agressão doméstica, bem como os seus filhos. A Casa será mantida pela Prefeitura e por eventuais doações.
"Pretendemos não só apoiar mulheres vítimas de violência doméstica como também garantir a proteção. Além de alimentação, vestuário, caso haja necessidade, abrigo dos filhos, inserção dessas mulheres no convivio social por meio de atividades que possam prepará-las para o trabalho, serão oferecidos também atendimentos psicológico e jurídico", disse a secretária Tatiana.
Salientou que o sucesso desta Casa não depende tão somente da Semas, mas também da sociedade e das autoridades competentes. "Pode-se pensar que é simplesmente a criação de uma residência, quando, efetivamente, não é. Essa iniciativa ultrapassa essa idéia, é mais do que nunca a efetivação de que a cidadania deve ser exercida", completou a secretária.
Participaram do evento o vice-prefeito Marco Antunes; secretários, vereadores, Valdecir Nascimento (Sepromi); Lélia Raimundi, (Deam); o juiz eleitoral Augusto Jouti; as promotoras Tereza Jozilda; Paulo Pinto, presidente da OAB de Alagoinhas, entre outros convidados.