A visita dos técnicos e especialistas a campo tem como objetivo um reconhecimento inicial da realidade local da região dos dois parques. A primeira reunião técnica, para discutir as estratégias de desenvolvimento dos trabalhos de elaboração dos dois Planos ocorrerá entre os dias 1 e 5 de abril, em Porto Seguro. Além da equipe da Biodiversitas e seus parceiros, participarão também representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e do PCE, além de membros dos Conselhos Consultivos dos dois parques.
PLANOS DE MANEJO
A Fundação Biodiversitas irá elaborar os dois planos de manejos em parceria com o Instituto de Estudos Sócioambientais do Sul da Bahia (IESB), a Sociedade para Conservação das Aves no Brasil (SAVE-Brasil), a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) e o Laboratório de Mastozoologia e Manejo de Fauna da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Segundo o consultor permanente do Projeto Corredores Ecológicos, Cornelius von Fürstenberg, o trabalho de elaboração dos planos de manejo deverá durar 15 meses e custará R$ 400 mil.. Os dois Planos serão financiados pelo Projeto Corredores Ecológicos, através do Fundo de Estudos do Contrato de Consultoria, resultado do acordo de cooperação financeira celebrado entre o Ministério do Meio Ambiente e o Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW).
O plano de manejo dos Parques é um documento técnico que contempla o diagnóstico sócio ambiental da unidade, o seu zoneamento e o programa de gestão, com as ações a serem implementadas a curto, médio e longo prazo na unidade de conservação. Além disso, o plano deve indicar as estruturas físicas necessárias à gestão da mesma e as orientações para a viabilização do seu uso público.
Reconhecimento de campo
No dia 9 de março, a equipe da Biodiversitas se reuniu com os funcionários do Parque Nacional do Pau Brasil, em Porto Seguro. Participaram desta reunião a técnica do PCE, Liana Duarte; as representantes do ICMBio, Dione Corte e Eliana Corbucci; o gestor do Parque do Pau -Brasil, Fernando Brutto; a técnica do parque, Raquel Mendes, o representante do Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB), Gabriel Rodrigues dos Santos e os consultores da Biodiversitas Cássio Martins (responsável pelo Sistema de Informações Geográficas), Alecir Moreira (responsável pelo meio físico), Fernando Canni e Raoni Ferreira (responsáveis pelo ecoturismo e uso público) e Gláucia Drummond (coordenadora geral).
Durante a reunião, a técnica do PCE, Liana Duarte, ouviu os depoimentos dos funcionários do Parque Nacional do Pau-Brasil. Eles esperam que o plano de manejo seja um documento prático e inovador, para ser usado no dia a dia da gestão do parque, facilitando de forma significativa as ações que serão executadas.
Parque Nacional do Pau-Brasil
O Parque Nacional do Pau Brasil (PNPB) foi criado pelo Decreto s/no, de 20 de abril de 1999, com área de 11.538 hectares, envolvendo parte das bacias dos rios Taípe, da Barra e Trancoso. O Parque se situa inteiramente no município do Porto Seguro. Ele foi tombado como Patrimônio Natural Mundial, entre outras razões, por possuir a maior população remanescente de pau-brasil (Caesalpinia echinata) da Bahia.
Levantamentos florestais antigos apontaram a existência de mais de 200 espécies de árvores, entre as quais a braúna (Melanoxylon brauna), ameaçada de extinção, paraju (Manilkara longifolia), maçaranduba (Manilkara brasiliensis), bicuíba (Virola bicuhyba), juerana (Parkia pendula) e arapati (Arapatiella psilophylla), endêmico da Bahia. O levantamento de aves na área do parque, feito em 2001, registrou 44 espécies, das quais 41 endêmicas da Mata Atlântica, sendo 14 legalmente protegidas no Brasil. Foram registradas também 29 espécies de mamíferos de médio e grande porte, sendo três endêmicas da Mata Atlântica e seis ameaçadas de extinção.
Parque Nacional
do Descobrimento
O Parque Nacional Descobrimento (PND) foi criado pelo Decreto s/n de 20.04.1999. Situa-se na Região Nordeste do Brasil, na porção sul do Estado da Bahia, no município de Prado. Esta unidade de conservação é um dos últimos grandes remanescentes de Mata Atlântica da Bahia. Apresenta um maciço florestal imponente distribuído em diferentes estratos, com altura variável de 25 a 30 metros, em estágio avançado de regeneração. Quanto à fauna, estudos preliminares sobre aves e mamíferos detectaram a presença de 244 espécies de aves, sendo 43 delas endêmicas do Bioma Mata Atlântica e ameaçadas de extinção, ressaltando-se dentre elas o papagaio Chauá (Amazona rodocorytha) e o Gavião Real (Harpya harpya). O Parque é considerado pela UNESCO como Zona Núcleo da Mata Atlântica e Sítio do Patrimônio Mundial Natural.