"A crise econômica demonstra que o atual modelo econômico sustenta o agronegócio e as empresas transnacionais, que submetem o nosso país ao capital internacional e são responsáveis pelo colapso mundial. Agora, pedem socorro ao governo ao Estado e demitem os seus trabalhadores. A sociedade brasileira e os trabalhadores não podem pagar pela crise do neoliberalismo", disse Itelvina Masioli, integrante da Via Campesina.
"É a hora de mudarmos o modelo agrícola, fazendo a reforma agrária, e o modelo econômico, fortalecendo o mercado interno e aumentando o salário mínimo, para defendermos os trabalhadores e garantirmos a soberania nacional", reiterou.
Na entrada do ministério, as mulheres camponesas montaram a Escola Itinerante Paulo Freire, com cerca de 50 crianças, em protesto contra a recente decisão do Ministério Público do Rio Grande do Sul em fechar as escolas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em acampamentos gaúchos.
Outros protestos
Segundo o MST, em São Paulo, cerca de 600 trabalhadoras do movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizaram hoje a ocupação de uma área da Cosan, no município de Barra Bonita, na região de Jaú.
Os sem-terra informam que o grupo Cosan explora uma área duas vezes maior que o total de hectares destinados para a reforma agrária no Estado de São Paulo: 605 mil hectares pelo grupo, contra apenas 300 mil para as 15 mil famílias em assentamentos estaduais e federais.
No Paraná, 1.000 trabalhadoras da Via Campesina realizam uma marcha pelo centro de Porecatu, no norte do Estado. A manifestação começou pela manhã, saindo do Centro Comunitário da prefeitura até a praça central, onde será realizada uma celebração com a partilha de alimentos da reforma agrária.
No Espírito Santo, cerca de 1.300 mulheres da Via Campesina ocuparam o Portocel, porto de exportações da empresa Aracruz Celulose, localizado em Barra do Riacho, município de Aracruz, para denunciar o repasse de recursos públicos do Estado para a empresa.
No Rio Grande do Sul, 700 mulheres organizadas pela Via Campesina ocupam a Fazenda Ana Paula, de propriedade da Votorantim Celulose e Papel.
(Matéria da Folha Online)