Depois de sumir por toda a manhã de hoje e início de tarde, o prefeito Fernando Gomes, de Itabuna, de itabuna, segundo o site pimentanamuqueca concedeu entrevista à rádio Difusora de Itabuna, emissora de sua propriedade. Ele afirmou que não teme as investigações da polícia federal. "Eu não rôbei".

   A versão apresentada pelo prefeito é de que está em sua casa, aberto para receber a polícia federal, e que não compareceu ao centro administrativo Firmino Alves porque está doente.

   A entrevista do prefeito acontece momentos depois do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negar, por enquanto, os pedidos de prisões preventivas contra nove gestores municipais. Os pedidos foram apresentados pelo Ministério Público Federal.

Agentes da Polícia Federal que participam da Operação Vassoura-de-Bruxa permanecem em três imóveis da prefeitura de Ilhéus, onde recolhem documentos e computadores, que serão periciados e farão parte do inquérito que apura desvios milionários de recursos federais.

  EM ILHÉUS

  O prefeito Newton Lima mostrou-se sereno quanto às investigações. A assessoria da prefeitura informa que Newton não impôs nenhuma restrição ao trabalho policial. Parte do material que pode servir como prova foi coletada e levada para a sede da Federal em Ilhéus.

  O prefeito ilheense acompanhou o início dos trabalhos da polícia logo pela manhã e depois foi embora. 

  De acordo com a assessoria da Políca Federal, são cumpridos desde as primeiras horas de hoje 116 mandados de busca e apreensão. A PF pediu a quebra de sigilo bancário de todas as prefeituras sob investigação. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

   CERCO

  A operação Vassoura-de-Bruxa é desenvolvida em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal. Basicamente, os agentes da polícia atuam na busca de provas dos crimes. Ainda de acordo com a assessoria da PF, o sul da Bahia está diante de uma organização criminosa que atua na região há, pelo menos, sete anos.

  Na lista de administrações municipais investigadas estão Itabuna, Ilhéus, Ubatã, Itapé, Arataca, Coaraci, Dário Meira, Firmino Alves, Floresta Azul, Ibicaraí, Ibirapitanga, Itajuípe, Gongogi, Ibirataia, Itapebi, Gandu, Santa Cruz da Vitória, São José da Vitória e Uruçuca.

  Também integram a lista, as prefeituras de Barro Preto, Itagimirim, Una, Almadina, Itaju do Colônia, Itapitanga, Jaguarari, Jussari, Jequié, Brejões e Santa Luzia.

As licitações e contratos fraudados tiveram por objeto recursos oriundos principalmente dos ministérios da Educação, Saúde, Cidades e Integração Nacional, segundo a Agência Estado.

  Cerca de dez policiais federais, com mandados de busca e apreensão, ocuparam nesta sexta-feira (12) a casa do secretário de Saúde de Itapebi (a 584 km de Salvador, no extremo sul do Estado), Sidney Teixeira de Souza, que não estava em sua residência. Os policiais levaram vários documentos e CDs que podem servir de provas de fraude em licitação na área da saúde.

   ITAPEBI

   A Operação também colheu documentos na Prefeitura de Itapebi. A presença da polícia praticamente parou a cidade, que ficou por quase toda manhã tentando saber o que se passava dentro da prefeitura. Às 11h30, dois policiais saíram com pacotes de documentos e CDs e colocaram em uma caminhonete da polícia.

Apenas o secretário de Finanças, de pré-nome Amilton, se encontrava na prefeitura. Ao ser abordado, ele disse que era porteiro do prédio. Depois, voltou atrás e confirmou o seu cargo, mas se negou a dizer o sobrenome e a dar entrevista. "Procure o prefeito que ele fala", disse.

Populares disseram que quarta-feira, dia 10, o prefeito Cláudio Carvalho (PMDB), reeleito este ano, estava barrando a entrada de outros secretários e que apenas Amilton estava com ele. "Ontem (quinta) não teve expediente. A prefeitura ficou fechada o dia todo", disse o aposentado José Lima Bispo, 71 anos.

ITAGIMIRIM 
 
A operação Vassoura de Bruxa da Polícia Federal também colheu documentos na prefeitura de Itagimirim, município vizinho a Itapebi e localizado a 597 km de Salvador. Uma policial federal declarou que seriam levados ao menos dez pacotes de documentos da prefeitura. A suspeita é de realização de contratos irregulares na área da saúde e educação.

O prefeito, Geovanni Brillantino (DEM), não foi localizado. Em abril deste ano, a Justiça Federal de Eunápolis afastou Brillantino do cargo, depois que a Procuradoria da República entrou com uma ação de improbidade administrativa, ajuizada no final de março.

Na ocasião, foram também destituídos das funções os secretários Ronaldo Batista Pinheiro (Administração), Valdirinei Nascimento dos Santos (Educação), Joelson Chaves Lima (Finanças), além do presidente e dois membros da Comissão Permanente de Licitação do município (Copel).

O prefeito e os secretários foram acusados pelo Ministério Público Federal (MPF), em Eunápolis, de desviar mais de R$ 800 mil reais do Fundo de Manutenção do Ensino Fundamental (Fundef). Brillantino conseguiu uma liminar a voltou ao cargo três meses depois.