Os indicadores de dengue em Itabuna estão em 16,5% (IIP-LIRA) quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece 1% como indicador aceitável. Existe a necessidade imediata de conscientização da população para reverter este quadro, foi o que estabeleceu hoje o Comitê Municipal de Acompanhamento e Assessoramento das Ações de Controle da Dengue.

  Em iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde que reuniu representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Centro de Zoonoses, hospitais Calixto Midlej e Manuel Novaes, Vigilância Epidemiológica, Departamento de Combate a Endemias, Sesab, Conselho Regional de Enfermagem (COREN), Departamento de Vigilância à Saúde e Uesc.

   O secretário de saúde do município Jesuíno Oliveira chama a atenção para as causas do problema, em especial o calor, que possibilita do desenvolvimento das larvas e a estiagem de mais de sessenta dias que levou muitas pessoas a adquirir água de cachimba que já vinham contaminadas.
 
  O QUE FAZER

  Segundo os dados levantados pela secretaria municipal de saúde e 7ª Dires 60% das contaminações estavam em reservatórios de água no solo, que aumentaram muito com a falta de água. A sujeira, o acúmulo de lixo, as lajes que empossam água da chuva, bueiros entupidos que acumulam água parada também são fatores que contribuem muito para a rápida reprodução do mosquito.

  Jesuíno ainda esclarece que esteve reunido com representantes do Ministério da Saúde para discutir a situação e definir estratégias, visto que os recursos para a dengue foram bloqueados para Itabuna pela Sesab afirmando não ter recebido o plano de contingência que foi enviado no dia 20.06. deste ano. Segundo o secretário "o que interessa agora é preparar a equipe para uma ação rápida e efetiva de combate, prevenção e conscientização da dengue". 

  A primeira reunião contou com a apresentação dos componentes seguida da leitura do regimento interno esclarecendo a todos os objetivos e as motivações para a formação do comitê. Na seqüência foram esclarecidos os dados sobre infestação da dengue em Itabuna.

O LIRA

 Levantamento do Índice Rápido por Amostragem, é um método de pesquisa adotado pelo ministério da saúde em 2005 capaz de fornecer em 3 dias uma radiografia dos criatórios de dengue em uma determinada região. Este método toma a amostragem por um quinto do total dos imóveis de cada um dos bairros de uma cidade fornecendo um Índice de Infestação Predial (IIP) confiável. Os números No caso de Itabuna o ultimo LIRA identificou um índice de infestação predial de 16,5%.

O que significa: tirando uma média de todos os bairros a cada 100 casas 16,5 apresentaram criatórios do mosquito da dengue. "Este índice é uma média, Itabuna tem bairros que chegam a 30% de infestação predial e outros com um índice aceitável, mas a cidade está com um IPP altíssimo".

Diz o responsável pela ação Waldemar D'afonseca. Para dar uma noção do crescimento da dengue foram esclarecidos para a imprensa os números oficiais da doença. Em 2007 foram registrados 194 casos de pacientes com dengue. Em 2008 já foram 1.901 entradas de pacientes com dengue em Itabuna, dos quais 484 casos da doença foram inconclusivos e 963 casos confirmados e uma morte. Providências O plano de contenção já está sendo posto em prática com a preparação das unidades de saúde para receber os pacientes com dengue.

O comitê ainda ressaltou algumas dificuldades enfrentadas este ano pelo departamento de vigilância à Saúde que passou por mudança de pessoal e todo o processo de treinamento teve de ser realizado antes que os novos integrantes do corpo técnico pudessem atuar. Os bairros que tiveram os índices mais altos já receberam equipes de tratamento e combate a dengue, mas o principal trabalho é conscientizar a população para a prevenção da doença e o tratamento correto em casos de suspeita. Assim como preparar os médicos e enfermeiros para identificar e tratar corretamente os casos de dengue. Isto se faz na conduta diária. A dengue é um doença que ameaça uma epidemia e é mais do que nunca necessária a mobilização da sociedade. O responsável pela ação Waldemar D'afonseca informou ainda que em Itabuna existem casas na qual o proprietário recusa o atendimento dos agentes de combate a dengue, o que é inaceitável para Waldemar. Outros grandes criatórios do mosquito estão em casas abandonadas ou em lixos e bueiros entupidos que acumulam água.