Justificando a concessão da cidadania, Silvoney disse que era em reconhecimento ao trabalho evangelizador de dom João Carlos Petrini, "colaborador incansável da pastoral da Arquidiocese de São Salvador da Bahia". Nascido em Fermo na Itália, dom Petrini se identificou com o Brasil e foi ordenado Diácono na capital paulista, no dia 14 de setembro de 1974 e ordenado Sacerdote em Fermo, Itália, dia 28 de junho de 1975. Pelo papa João Paulo II foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, no dia 12 de janeiro de 2005 e ordenado Bispo Auxiliar da Arquidiocese em março do mesmo ano pelo cardeal arcebispo Dom Geraldo Majella Agnelo. Atualmente é Diretor do Pontifício Instituto João Paulo II para os estudos sobre Matrimônio e Família, em Salvador.
"Pela ação pastoral de dom Petrini em relação à cidade onde hoje habita e proclama o exemplo evangelizador do Cristo, achamos mais que justo conferir esta homenagem simbólica da cidade que leva o nome do Salvador. A referência à cidade aparece com freqüência na Bíblia; além do seu significado comum, como aglomerado de casas e lugar de convivência, a cidade também é imagem da "casa de Deus" e da reunião do povo ao redor de Deus, como a família em torno do pai. Como peregrino do mundo com a missão catequisadora, dom Petrini nos foi enviado a Salvador, para que com a contribuição de sua ação a fizesse vista como a habitação de Deus com seu povo, a sede da justiça, da fraternidade e da paz", declarou Silvoney Sales em seu discurso de saudação ao homenageado.
Segundo o vereador, há muitas situações na cidade que falam mais da ausência que da presença de Deus, com a miséria imperando por causa do egoísmo e das injustiças sociais, o aviltamento da dignidade humana, a violência, a falta de solidariedade e o degrado moral na convivência social. "As conseqüências dessa ausência de Deus não são boas e esta cidade ainda esmaga muitos dos seus filhos e filhas e excluem tantos do banquete da vida. Tudo o que fere a dignidade dos seres humanos, fere também a santidade de Deus", pregou Silvoney.
Dom João Carlos Petrini agradeceu, comovido, a homenagem, frisando que já se considerava um cidadão de Salvador pela forma calorosa com que foi acolhido pela população da capital baiana. A Mesa da sessão, presidida por Silvoney Sales, contou com as presenças da psicóloga e professora Ana Cecília Bastos e do professor e biólogo Gilberto Bonfim, responsável pelo Movimento Comunhão e Libertação em Salvador.
A trajetória
Dom Petrini cursou a faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Perúgia, Itália, de 1965 a 1970. Já no Brasil fez o mestrado em Ciências Sociais na PUC-SP, de 1976 a 1980, e defendeu tese de doutorado ainda na PUC-SP em 1992. Entre os ministérios assumidos, dom Petrini foi assistente da Pastoral Universitária em São Paulo SP (1976-1987), Prefeito dos Estudos no Seminário São João Maria Vianney, em Salvador (1989), Reitor do Seminário Propedêutico Santa Terezinha do Menino Jesus.
Também em Salvador BA (1990-1998); no mesmo período foi Membro do Conselho Presbiteral e Vigário Forâneo, Assessor do setor Família e Vida, da CNBB (desde 2000), Professor de Sociologia Geral do Itesb - Instituto Teológico São Bento e integrante do Conselho Editorial da Revista Análise & Síntese, também do Itesb,além de coordenador de Mestrado em Ciências da Família na Universidade Católica do Salvador.