De acordo com a Secretaria de Saúde do Município, a Coordenação de Combate à Dengue dispõe de 110 agentes, que já realizaram este ano cinco ciclos de visitas aos domicílios de Lauro de Freitas, eliminando focos e ensinando a população como manter suas casas afastadas da doença. "Nosso trabalho cobre cerca de 85% do município. No ano passado realizamos seis ciclos de visitas e temos hoje um dos menores "Lira" do Estado", informou o coordenador Marcio Nery Montargil.
TRABALHO DIÁRIO
O "Lira" ou Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypt é feito anualmente pelo Ministério da Saúde e serve como indicativo dos locais onde as ações devem ser concentradas. "Nós fazemos o "Lira" no início de cada ciclo de visitas. Nossa previsão é terminar o ano confirmando o índice de 0.7%", afirmou Montargil, lembrando que o trabalho dos agentes na cidade é diário.
"Em todo o país os trabalhos são intensificados durante os meses mais quentes. Aqui temos meses propícios à infestação do Aedes durante todo o ano. Por isso nossa atenção é diária", ressaltou. Os casos registrados podem ser acompanhados pela população nos Painéis da Dengue, instalados no Centro e no Espaço Cidadão, em Itinga.
No entanto, algumas barreiras ainda impedem a execução do trabalho dos agentes de combate à dengue, a exemplo das residências de veraneio que ficam fechadas por mais de seis meses. A maior parte delas se concentra em Vilas do Atlântico, localidade que possui o maior índice "Lira" e ocorrências confirmadas da doença, seis ao todo. "Conseguimos junto ao Ministério Público uma licença para abrir as residências que estejam há mais de um semestre fechadas. Também atuamos com nossa equipe nos terrenos baldios".
Educar para prevenir
Segundo Marcio Montargil, a intervenção da justiça no combate à dengue foi necessária por conta da falta de informação e sensibilidade da população. Para reverter este cenário, a coordenação capacitou agentes para se tornarem educadores sobre a dengue. Em 2008, mais de 10 mil pessoas assistiram às palestras dos agentes educadores em igrejas, centros comunitários, associações de bairros e até mesmo em residências.
"A idéia é sensibilizar a população para que juntos possamos vencer esta guerra", disse o coordenador, que planeja atuar com a equipe de agentes educadores também em escolas e condomínios fechados. "Muitos condomínios atuam com carros "Fumacê" próprios, o que só piora a situação, porque a fumaça acaba com os mosquitos alados, não mata as larvas e ainda pode gerar mosquitos mais resistentes", reiterou.