Agentes da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) prenderam os assaltantes Alex Bispo de Jesus, de 33 anos, e Daniel de Albuquerque Chagas, 30, integrantes de uma quadrilha acusada de roubos, na modalidade "saidinha bancária", e de extorsões mediante seqüestro, que resultaram, há seis meses, na morte de dois reféns na região do Subúrbio Ferroviário.
 
  Daniel, preso ontem (6) à noite, no Lobato, passava-se por comissário da Infância e Juventude, enquanto Alex, localizado na sexta-feira última, identificava-se com soldado da Polícia Militar.

  
  O delegado Antônio Cláudio Pereira Oliveira, titular da DRFR, que conduz as investigações, informou que Daniel, apontado com líder do grupo, portava uma espingarda calibre 12, enquanto o seu cúmplice estava com uma pistola ponto 40, privativa da polícia. Os dois foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma. Os policiais identificaram quatro outros integrantes da quadrilha, que tiveram as prisões preventivas solicitadas à Justiça.

  Além das armas, os agentes apreenderam cinco automóveis tomados de assalto recentemente, entre o Comércio e a região do subúrbio. São dois veículos Gol, um Siena, um Escort e um Astra. Os policiais estão fazendo o levantamento para identificar os proprietários.

Crueldade

 

  De acordo com as investigações, a quadrilha costumava abordar as vítimas, na saída das agências bancárias, levando-as como refém e exigindo resgate das famílias. Duas pessoas foram mortas pela quadrilha, por não ter o resgate pago, em torno de R$ 6 mil. 
 
  De acordo com o delegado Antônio Cláudio os dois crimes ocorreram na Estrada do Derba, onde o bando executou os reféns com requinte de crueldade, perfurando olhos e cortando os órgãos genitais, além de disparar tiros.

        
   A quadrilha chegou a entrar em confronto com agentes da DRFR, na semana passada, na Avenida Suburbana, quando conduzia o dono de uma sucata como refém. Os ladrões libertaram o comerciante depois de alvejá-lo. Parentes das vítimas estão prestando depoimentos, mas os policiais preservam suas identidades. As diligências prosseguem visando à prisão dos outros integrantes do bando.