Salvador

NEY CAMPELLO ESCLARECE INDICADORES DO IDEB E DIZ QUE SALVADOR AVANÇOU

Veja esclarecimento
| 27/06/2008 às 19:28
  Em respeito aos leitores do Bahia Já e a responsabilidade de todos a educação pública no país, desejo prestar os seguintes esclarecimentos quanto à nota postada na coluna "política" hoje, com o título "IDEB: Salvador em último lugar na qualidade de ensino entre capitais".

O MEC divulgou recentemente os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica(IDEB), comparando os anos de 2005, 2007 e as metas propostas até 2022, quando o país comemora o bicentenário de sua independência.


Salvador elevou o IDEB 2005, referente aos 08 (oito) anos da administração passada, de 2,8 para 3,8 em 2007, referente às séries iniciais (1ª. a 4ª ), saindo da incômoda posição de última capital brasileira para 16ª., ou seja, subindo 10 posições em apenas três anos. Para melhor compreensão, a média nacional 2005/2007 foi de 11% de crescimento, a média do Estado da Bahia foi de 4% e Salvador avançou 36%, superando a meta prevista para 2011.


Essa é a referência de qualidade a ser considerada, pois das atuais 400 escolas municipais, apenas 26 delas oferecem 5ª a 8ª séries, onde o índice avançou de 2,2 para 2,4. Ou seja, mais de 90% do sistema público municipal empreendeu significativo avanço, muito acima do obtido pelo município de Porto Velho, citado na matéria.


O avanço nas séries iniciais, associado à nova oferta de ensino fundamental de 09 anos e a municipalização das creches, políticas implementadas nos anos em que Olívia Santana e eu exercemos a função de secretária e secretário, impactará inexoravelmente os indicadores nas séries finais (5ª. a 8ª) nos próximos anos. Basta que a filosofia e as diretrizes educacionais iniciadas sejam mantidas e a educação seja considerada como política de Estado e não de governo. Educação é processo, tem que começar no ensino infantil para produzir efeitos nos ciclos de escolarização subseqüentes.


Se consultarmos os resultados por escola essas reflexões são sobejamente confirmadas. A Escola Osvaldo cruz avançou de 2,5 (2005) para 4,6 (2007), batendo a meta de 2017. A Escola São José obteve 5,2, uma das maiores médias nacionais e a Escola  Nossa Senhora Salete cresceu de 3,6 (2005) para 5,1 (2007), mesmo índice da Escola Municipal Parque São Cristóvão. A Francisco de Sande também bateu a meta de 2017, crescendo de 2,6 para 4,5. Apenas para ficar com alguns exemplos.


Os números falam por si, mas é importante ressaltar que esse resultado não me pertence ou a qualquer secretário de Educação. É a capacidade de superação de gestores e professores, provando que a educação pública está viva. O IDEB não é tudo, mas é um bom começo para aferirmos a evolução da qualidade do ensino no Brasil.


Atenciosamente,

Professor Ney Campello

Ex-Secretário Municipal de Educação e Cultura