Salvador

EMPRESA ENVOLVIDA NA OPERAÇÃO JALECO PODE PREJUDICAR TRABALHADORES

Os trabalhadores, como sempre, são os prejudicados
| 26/03/2008 às 18:40
  O Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia (Sindilimp-BA) participou na manhã de hoje, 26, de uma reunião intermediada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no Centro Administrativo da Bahia, com a direção da Macrosel Serviços de Limpeza e Gestão Empresarial Ltda., empresa arrolada no dia 22 de novembro de 2007 na Operação Jaleco Branco da Polícia Federal.

  Segundo Luiz Carlos Suíca, coordenador do Departamento Jurídico do Sindilimp-BA, a empresa se nega a pagar as parcelas rescisórias de forma integral e, assim, vai prejudicar cerca de 1.700 trabalhadores. "A Macrosel terá seu contrato rescindido com a Sesab no dia 28, quer pagar parte dos débitos, porém recusa-se a quitar a multa de 40% do FGTS e o aviso prévio devido.

  O Sindilimp-BA evidentemente recusou-se a aceitar tal usurpação dos direitos dos trabalhadores", afirmou o sindicalista. Os trabalhadores realizarão duas assembléia, nesta sexta-feira e no sábado, às 8 horas, no auditório do Sinergia (Sindicato dos Trabalhadores em Energia do Estado da Bahia) na Rua J.J. Seabra, Sete Portas. "Logo após as atividades vamos realizar uma grande passeata para levar nossas reivindicações ao conhecimento da opinião pública", declarou Suíca.

  MONTE SINAIS

  O sindicalista destacou também que a empresa que sucederá a Macrosel é a Monte Sinai, uma prestadora de serviços desconhecida segundo a opinião de Suíca. "Tememos que a população seja mais uma vez prejudicada e largue a onça para enfrentar a jaguatirica. Em Guanambi vimos uma empresa desconhecida entrar e a qualidade dos serviços piorou. Quero alertar a população e espero que o governo do Estado tenha utilizado critérios técnicos eficientes, pois do contrários não adianta tirar uma empresa ruim e colocar outra pior".

  A Macrosel Serviços de Limpeza e Gestão Empresarial Ltda. esteve envolvida na Operação Jaleco Branco da Polícia Federal, desencadeada no dia 22 de novembro de 2007 na devassa dos contratos de prestações de serviços vigentes em 2007 e levou à cadeia diversos empresários e políticos dos mais prestigiados na Bahia. As empresas envolvidas receberam do governo do Estado a quantia de R$ 1.379.252.584,65.
 
  "Não é possível que uma empresa que tanto mal já fez à sociedade baiana venha agora passar o calote em 1.700 trabalhadores que vivem de salários e não podem ficar sem receber a totalidade das parcelas rescisórias. Esperamos que o governo do Estado pressione a empresa a quitar o que deve. Nós do Sindilimp-BA vamos organizar diversas manifestações e atividades para mostrar que não aceitamos a quebra da legalidade e que a legislação trabalhista seja desrespeitada", finalizou Luiz Carlos Suíca.